Viajar sem destino…

Hoje apeteceu-me sair e partir sem destino, livre e sem censura.

Quero viajar pelo universo que conheço, e que me espera e ampara de braços abertos.

E assim começa a minha viagem. Despertei com a sensação de bem estar com a vida, o que me motivou. Já que fisicamente não posso ir muito longe, então que a minha imaginação voe por onde muito bem me apetecer.

Sigo sem direção, persigo apenas porque sim, e porque me apetece. Afinal, viajar em sonho é uma capacidade que a todos pode assistir, e neste momento é essa a minha vontade, viajar por locais onde já fui muito feliz e até mesmo por outros, que apesar de não conhecer, me permitem a sensação de felicidade.

Aquela sensação que temos quando vamos de férias, e pensamos: “que bom, agora durante uma semana, não terei mais preocupações do que descobrir e desfrutar um determinado local”.

Hoje o sol que brilha lá fora e que nos alenta a todos, a nós simples humanos e ao universo por completo, chamou por mim. E despertou-me a força e a vontade de partir sem destino certo, apenas com a firmeza e o ensejo de fazer o meu coração feliz, a tal ponto que essa felicidade transborde e se reflita no meu olhar, ou mesmo no singelo sorriso que os meus lábios esboçam enquanto viajo, mantendo-se quando depois recordo e aprecio os momentos vividos.

E assim me ausento e passeio por uma praia semi-deserta, onde apenas uma pessoa aqui e outra acolá vagueiam pelo areal onde também eu passeio à beira mar. As ondas que me vem cair aos pés trocam carinhos macios com a minha pele. É assim o poder do mar, arrebatador e capaz de me fazer esquecer tudo, bem, se calhar quase tudo.

Neste meu passeio à beira mar apenas eu e a minha companhia, aquela com quem convivo todos os dias e que me abraça nos momentos de maior dor, mas com quem também troco fortes gargalhadas em situações de brincadeira e descontracção.

Sigo… eu comigo própria. Sem me esconder de ninguém, mas refugiada no conforto do carinho que apenas nós conseguimos oferecer a nós próprios, assim avanço pela areia húmida da praia, sem pressas e sem tempo.

Vagueio sob um sol retemperador que me recarrega as energias, e que me transmite uma renovada coragem para abraçar os desafios que sei que ainda me esperam.

A brisa do mar sussurra-me ao ouvido palavras doces e de carinho, que me acalentam o ânimo e me fazem sentir que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, e a minha não é pequena.

Como dizia o Fernando Pessoa:

Tenho em mim todos os sonhos do mundo.

E é completamente verdade, tenho eu e temos todos, assim permitamos que os sonhos ganhem força e dimensão para poder fazer acontecer.

A nossa resistência interior é gigante e só lhe conhecemos a verdadeira dimensão quando somos colocados à prova, ou perante situações verdadeiramente desconfortáveis. É nestes momentos que o nosso verdadeiro eu sobressai, e mostra o que de melhor temos para dar aos outros.

Esta praia onde eu caminho é uma praia que eu não conheço, e que agora observo com o olhar, e aprecio cada centímetro de areia e de mar, tanto quanto os meus olhos conseguem alcançar. E esta sensação de paz e de bem estar, faz-me sentir grata apenas pelo facto de estar viva!

Esta praia por onde caminho é o futuro, que ainda não conheço, mas que a minha  confiança permitirá vencer e conquistar!

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