Educar um filho tem muito que se lhe diga. É reconhecer e aceitar uma viagem na montanha russa. Com altos e baixos. Acelerações e momentos mais pausados. Há, também ainda, os momentos de ficar sem folego e os de acumular bastante ar para o que virá a seguir.
E, ainda que, o pai e a mãe sejam os mesmos – muda o filho, muda a montanha russa. Os imprevistos vão se ajustando, na medida em que se vai tendo conhecimento e partilha. E tudo vai rolando melhor na montanha russa.
Enquanto pais, transmitimos-lhes o melhor. Passamos-lhes as nossas experiências, as nossas aprendizagens, os nossos conhecimentos, para que, muitas vezes a caminhada deles seja feita de menos trambolhões. Há sempre latente o desejo de qualquer pai e mãe, que o filho não sinta dores e que o caminho seja feito o mais serenamente possível. O que, na verdade, não é possível. Lá diz o ditado “crescer doí”. E ensinar os nossos filhos a serem responsáveis passa por um verdadeiro processo de crescimento.
Todo o mimo, colo, beijinhos e abracinhos fazem parte dos primeiros tempos. E todos sabemos da importância que isso tem. Mais noção de toda essa importância tem quem, por alguma razão, não teve “direito” a isso. Contudo, percebemos a importância que isso assume para todo o resto da nossa vida, dali em diante. E sabemos também que chegará o dia em que todos começamos a andar. E aí dá-se início ao processo de cair e levantar muitas vezes, até aprender a andar. E lá vem mais um ditado de que “de pequenino se torce o pepino”.
A responsabilidade começa aqui. Começamos a entender que cada ato nosso terá uma consequência. Começamos a entender os “nãos” e os “sims”. Começamos a ter noção da responsabilidade. E, enquanto pais, é aqui que começamos a estabelecer limites. Do “sim” que podemos dar e do “não” que devemos levar até ao fim. É onde existe muita controvérsia e muito pano para mangas. Onde entra a parentalidade consciente e muitas outras correntes de educação. É onde o assunto se revela de extrema importância.
Somos responsáveis pelos nossos actos, ações e comportamentos. E devemos ter a noção clara disso. Implica a nós mesmos e aos outros. Passar isso aos nossos filhos é extremamente importante. É transmitir-lhes valor. O valor da responsabilidade. O que terá de passar inevitavelmente por nós – o exemplo, a inspiração – o fio condutor.
Ensiná-los a serem responsáveis, é ensiná-los a entender que cada ação tem, inevitavelmente, uma consequência. E que devemos assumir essa mesma consequência mesmo que em modo de aprendizado e melhorar a cada decisão. Perceber que ser responsável é também ser mais consciente de cada ação. Estar atento a nós, ao que implica escolhas e ao outro. Porque falar de responsabilidade é também falar de limites, mas, acima de tudo, é falar de valores. A responsabilidade faz bem, e recomenda-se.