O materialismo da sociedade actual dificulta a disseminação dos valores altruístas. O voluntariado incorpora e comunica esses valores, que alicerçam a construção da Europa, como a solidariedade, a democracia, a liberdade e a igualdade. Os voluntários contribuem para a coesão social, para o diálogo inter-geracional e intercultural, para o bem-estar e o envolvimento activo.
A dinâmica do voluntariado é importante para o desenvolvimento de uma consciência social e cidadania activa aliada ao capital social. Estes são factores importantes numa comunidade e para construção de uma ética colectiva assente no tecido social e associativo.
Pressupõem-se que, por o voluntariado ser de escolha livre, não existe a necessidade de trabalhar a motivação na gestão de voluntariado. Este pressuposto é falacioso, uma vez que a motivação e a organização são importantes em qualquer projecto. No voluntariado também é necessário uma acção e uma planificação concertada de forma a conseguir divulgar os valores do voluntariado.
É verdade que as especificidades e a natureza do voluntariado fazem com que a sua gestão seja diferente de uma gestão de recursos Humanos empresariais, mas o voluntariado também necessita de organização, planeamento e rigor. A gestão e a motivação de voluntários, também estão relacionadas com a própria organização e a sua realidade institucional, valores e história. O conhecimento dos voluntários bem como as suas espectativas são essenciais na formulação de um programa de voluntariado personalizado e participativo. Portanto, uma gestão directa e personalizada das motivações dos voluntários e´ uma boa forma de modernização e adaptação as novas realidades.
O voluntariado também pode ser uma catarse, uma válvula de escape no sentido em que ajuda a lidar com os problemas pessoais e ao mesmo tempo a pessoa sente se realizada uma vez que sente que o seu trabalho faz a diferença.
Não podemos deixar que os valores ligados a solidariedade e a entre ajuda sejam anestesiados por o individualismo digital.
Não temos nas nossas mãos as soluções para todos os problemas do mundo, mas diante de todos os problemas do mundo temos as nossas mãos.
– Friedrich Schiller