“Lutamos por uma sociedade segura, na qual cuidamos uns dos outros, e onde reclus@s e ex-reclus@s fazem parte. Queremos oferecer-lhes a oportunidade de uma reabilitação e transformação holística, para que se possam integrar no seu ambiente imediato e na sociedade de uma forma mais saudável, para os mesmos e para todos. É este p
É com este espírito de missão que nasceu a ALMAZ – associação holística em meio prisional, um órgão sem fins lucrativos constituído por voluntários conscientes da importância da recuperação e reinserção social dos reclusos em Portugal, cujo propósito é “criar uma extensão do Prison Yoga Project em Portugal”, um projecto criado em 2002 nos Estados Unidos da América por James Fox.
O Prision Yoga Project, agora com voz também em Portugal, envolve professores de Yoga Certificados em Yoga e Prison Yoga, que em regime de voluntariado garantem aulas semanais em estabelecimentos prisionais portugueses, de forma a ajudar os reclusos na sua reinserção social, transformação física e cerebral.
Embora possa parecer paradoxal, a verdade é que este projecto é considerado um caminho para a liberdade, pois é no tapete que corpo, mente e alma se alinham na procura e encontro com a paz, onde cada recluso, com a ajuda do professor de yoga, encontra o seu lugar seguro e sagrado. A partir daí, pode dar-se parte de uma grande transformação, que passa pela consciência de que cada indivíduo tem o poder de se reprogramar e de reorganizar a sua trajectória, tornando-se útil a si mesmo, à sua família e à sociedade. Cada recluso pode ganhar uma nova consciência em prol de uma sociedade melhor.
Com o desenvolvimento deste projecto, há uma ínfima parte que está a ser trabalhada em prol da reinserção social dos reclusos. Mas quem ganha não é apenas o indivíduo (que foi castigado), mas sim todos nós enquanto sociedade. Presentemente, o projecto está a decorrer em 6 estabelecimentos prisionais portugueses: Linhó, Lisboa, Coimbra, Santa Cruz do Bispo e Vale do Sousa, mas o objectivo da sua fundadora, Inez Aires, é que se estenda por mais estabelecimentos. Para isso, é necessária a adesão de mais prisões e também de mais professores de yoga e, por sua vez, de mais apoios financeiros, não só para ajudar nos materiais da prática, mas também nas despesas de transporte dos professores e na sua formação especializada em trauma informed yoga nas prisões.
Inez Aires, fundadora do projecto, é engenheira ambiental e professora certificada de yoga. Em 2018 ganhou o prémio no TEDxPorto, de melhor ideia no concurso de ideais dos cidadãos para melhorar a sociedade, tendo mais tarde fundado a Associação ALMAZ.
Nas suas palavras, “o Yoga é uma poderosa ferramenta para restaurar a relação dos reclus@s com os seus corpos e activar a ligação entre a mente, o corpo e o espírito. Ajuda ao desenvolvimento completo do indivíduo, aumentando a sensibilidade em si mesm@ e consequentemente a sensibilidade e empatia para com os outros. Ao colocar os homens e as mulheres em contato consigo, acorda-se a consciência e o entendimento em relação os danos causados, possibilitando a sua transformação e a interrompção de ciclos de crime e violência.”
Cada cidadão pode juntar-se a este projecto, tornando-se associado e contribuindo no que puder para que a ALMAZ cresça e faça crescer seres humanos. Afinal a sociedade somos nós, e que o é de nós se não vivermos em consciência e paz!
Ola Manuela
Adorei o artigo
Muito obrigada.
É mesmo importante para nós.
Abraço
Fabulosa iniciativa.. As lágrimas correm pelo meu rosto e apesar de coração partido, desejo tanto que o meu filho perdido, que se encontra na prisão do Linhó adira as sessões de Yoga.. adira a atividades.