Localizada bem no centro da Europa, num caminhar silencioso mas sempre bem-sucedido, se situa a eterna neutral Suíça. Considerado em 2013, o melhor país para se nascer, onde a qualidade de vida é uma realidade comum, a Suíça tem conseguido manter-se à margem da crise económica que assola o continente europeu, naquilo que muitos acreditam estar relacionado com a sua histórica posição neutral, tanto a nível político como económico.
Com aproximadamente uma população de 7,8 milhões de habitantes, a nação helvética está dividida em 26 estados, denominados de cantões, que fazem da Suíça uma república federal. Cada cantão é autónomo do Governo Federal, que está encarregue de toda a política externa do país e da economia nacional, garantindo, assim, a soberania dos mesmos e a liberdade para agirem de acordo com as características específicas de cada aglomerado populacional. Esta mentalidade de autonomia e a separação clara entre o poder federal e o cantonal que faz da economia helvética uma máquina tão eficiente.
Atendendo às suas características geográficas, dois terços da área suíça é coberta por florestas, montanhas e lagos, o território suíço é altamente carente de recursos minerais recorrendo em grande parte à importação para satisfazer as necessidades locais. Por este motivo, o sector terciário é o campo mais desenvolvido da economia helvética composto por uma grande oferta da secção da banca, seguradoras e a área do turismo. A importância da Suíça como um relevante centro financeiro internacional é reconhecida por diversas instituições internacionais que têm as suas sedes no território helvético, e pelos detentores de grandes fortunas que depositam a sua confiança nos bancos suíços.
Também a estabilidade da moeda, o franco, e as condições que o aparelho político oferece para investidores contribuíram para que a Suíça se tornasse na 23ª economia do mundo, com um dos maiores PIB per capita e uma taxa de desemprego a níveis baixíssimos. Na área das exportações, o estado helvético exporta, em grande escala, vários produtos e serviços, como material de precisão, como motores e relógios, produtos químicos, farmacêuticos e produtos lácteos, que se constituem como peças vitais para a economia.
A Suíça e a União Europeia
Por estar situada no centro da Europa, a interacção entre a Suíça e a União Europeia (UE) segue os princípios da cordialidade e cooperação, mas com uma envolvência limitada que não deve interferir com os interesses nacionais. Ao longo dos anos, os helvéticos foram estabelecendo vários acordos bilaterais com o bloco europeu, como a adesão ao Espaço Shengen em 2005, mas sem com isso aderir como Estado-Membro à UE. Ainda que alguns governos federais tenham tentado assinar o acordo de adesão à UE, a vontade governamental tem esbarrado sempre na vontade popular que veta, sistematicamente, em referendo a integração no projecto europeu.
Assim, a dinâmica entre Suíça e UE é sempre medida consoante o peso dos interesses nacionais helvéticos que continuam a sobrepor-se aos interesses europeus. As necessidades de adaptação da economia suíça às novas regras do mercado globalizado foram inevitáveis, porém a estratégia de autonomia e soberania continua a ser o fio condutor da gestão politica e económica.