O desaparecimento do Alan Delon, a 18 agosto, fez-me recordar este documentário.
As histórias de amor são sempre histórias de amor, mesmo as mais complicadas e sem final feliz. Assumindo que um final feliz terá de ser: “e viveram felizes para sempre” igual às histórias da Disney e não um amor que não se perde durante a vida. Sim, porque é desta segunda espécie o amor entre os atores Romy Schneider e Alan Delon.
Não se espera, pelo menos na minha ótica (um pouco mais prática que romântica) que duas pessoas que são o produto de uma época, com carreiras com muita exposição pública, mediática, muito sucesso, sex appeal, carisma, beleza, juventude e dinheiro se consigam equilibrar perante as exigentes solicitações públicas dos fãs e da indústria do glamour. Tudo o que o cinema dá, parece sugar aos protagonistas a hipótese de conseguirem viver uma vida plena.
Este é um documentário que nos conta a história do romance entre estes atores: como começou, as aventuras e desventuras que viveram, os filmes em que contracenaram, as juras de amor, as dificuldades que enfrentaram, as traições, o encanto… enfim, nos cinco anos que estiveram juntos muita coisa aconteceu. Estou a ser “vaga” de forma intencional, para não revelar demasiado e assim “estragar” o impacto que o documentário poderá ter.
Confesso que para mim o Alan Delon é dos homens mais bonitos de sempre, e que por isso, e também pela rebeldia sempre me cativou. Apesar de saber pouco sobre ele, a não ser uma ou outra polémica (até mais agora no final da vida), não me surpreendeu conhecer dele este lado mais profundo. Ao mesmo tempo que vemos dois jovens apaixonados, cheios de sucesso e esperança no futuro, temos duas personalidades fortes e intensas.
Nenhum dele abdicou de ser como era, o que nem sempre é fácil.
O misto entre o amor, a tristeza e a desgraça condensa um pouco desta história. O que fica no final é que apesar de não terem ficado juntos, o amor não se perdeu. Nenhum deles deixou de gostar do outro, talvez o amor se tenha adaptado para uma amizade profunda. O certo é que, não desapareceu para nenhum dos dois. Estarão juntos agora, num outro plano.
Aqui na homenagem a Romy Schneider nos prémios Cesar em 2008:
O eterno viúvo, sem sê-lo. Coisas que só o vínculo do amor permite.
O documentário podem vê-lo na RTP Play.