Perspetivas, cada um tem a sua…

Nunca me inseri nas maiorias, não me perguntem porquê, mas o que é um facto é que não me sinto muito confortável em acompanhar grupos só porque sim, ou porque os outros também o fazem, ou porque está na moda, ou por que razão seja.

A verdade é que não sendo egoísta, que não sou, sempre tive uma perspetiva muito individualista do universo, muito própria, minha e peculiar que se pode espelhar num ou outro grupo de opiniões, mas nunca será reflexo de pensamentos alheios, ou ideias socialmente impostas.

A minha forma de ver o mundo e de o sentir, é apenas minha, não há outra igual.

Por isso, enquanto muitos, por altura da passagem de ano aproveitam para fazer novos planos de vida e definir novos projetos e missões, ou ainda para se reeducar enquanto seres humanos, eu aproveito o período das férias para me auto analisar e retocar enquanto Ser humano.

Neste que é um tempo mais tranquilo, mais leve e até mais luminoso do que no inverno, no período de férias que é por inerência aquele em que as conversas entre amigos fluem com maior ligeireza e sem pressas, não há tempo controlado, enfim conseguimos descontrair e aligeirar o nosso ritmo… este é o momento certo para me repensar, redirecionar e até reeducar nos caminhos da vida, que todos os dias nos coloca à prova, tantas e tantas vezes.

Maior serenidade sem dúvida, muita dela trazida pela idade, ajuda a perceber melhor o percurso e até a ultrapassar alguns obstáculos que vão surgindo no caminho, e que quando menos se espera, nos atropelam de repente.

Também a idade nos ensina a valorizar mais o que nos é caro à alma e ao coração, mais do que à carteira ou ao materialismo que tanto se gosta de ostentar aos olhos da sociedade, que a cada dia está mais vazia de valores e mais cheia de excessos e falsidades.

Aproveitar os momentos de solidão, em que estar só não significa estar sozinha, mas sim ter tempo para ler tão intensamente, que todas as palavras lidas se dissipem por entre as minhas ideias e pensamentos, e não consiga, por momentos, ainda que breves, perceber a diferença entre a realidade e a fantasia. Entre o que se lê e o que estamos a viver.

Não estabeleço objetivos inalcançáveis, prefiro estabelecer metas, tangíveis. Esta já não é uma fase da vida em que procure o pódio, basta-me o trabalho em equipa e a noção de pertença a um projeto que liga pessoas e que acrescenta valor.

Se eu puder, com a minha energia, dinâmica e sentido de oportunidade ser parte de algo, então para mim já está bem. Ajudar a fazer acontecer é uma excelente forma de deixar a nossa marca no mundo.

A partir de uma determinada fase da nossa vida, integrar é mais importante do que brilhar, cooperar vale mais do que a busca do sucesso próprio, é no grupo que se encontram as maiores conquistas. É nas constelações que as estrelas tem um maior brilho.

Estes dias de retiro da realidade profissional e de rotina diária foram muito profícuos para a minha autoconsciência emocional, permitindo-me mais claramente definir prioridades e dirimir pequenas angústias que resultam de egoísmos pessoais que quando colocados em perspetiva, de nada valem.

São muito importantes estes momentos de pausa, para nos ajudar a contrabalançar as nossas prioridades e os nossos verdadeiros valores, sobretudo, tomar consciência da importância dos bons momentos entre amigos, apenas a disfrutar da companhia uns dos outros, no chamado “dolce far niente” que tão bem sabe e que tão proveitoso pode ser!

Tão bom!

Share this article
Shareable URL
Prev Post

American History X

Next Post

O Poder do Storytelling

Comments 1
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Read next