Crenças limitantes: Crer ou não querer?

Há uns anos, tinha a crença que não podia ter plantas pois a parte exterior da casa não apanha sol directo e muito menos o dia todo. Esse facto entristeceu-me claro, não que fosse muito dada à jardinagem, apenas gostaria de ter um pequenino jardim relaxante onde pudesse estar em contacto com a terra e a Natureza. Por essa altura responsabilizava a localização e/ou a posição da casa por não conseguir realizar o meu desejo pois todas as tentativas anteriores tinham sido mal sucedidas e a falta de sol, cria eu, era a única explicação.

Contudo, agora é que percebo que esqueci do mais importante: existem plantas ideais para todo o tipo de localizações e pessoas.

Isto agora parece ridículo e trivial mas agora entendo que a única coisa entre mim e o meu desejo de ter um jardinzinho era uma crença limitante. Acreditava que só havia uma maneira de ter plantas em casa: debaixo de sol pleno e obviamente o meu conhecimento sobre plantas era nulo e na altura contentei-me com isso. Hoje em dia já tenho o tal jardim e foi por ele que me pus-me a reflectir: E se alargarmos a perspectiva e substituirmos as “plantas” por um “trabalho”, uma “realização pessoal” ou até mesmo uma “relação”? Quantas crenças limitantes nos impediram de ter aquilo que queríamos? Quantos de nós deixaram de realizar os seus sonhos porque acreditaram que não podiam? Ou porque não eram bons o suficiente? Quantos de nós não deixaram um trabalho, uma relação, uma situação que os fez infeliz com a crença de não ser capaz de encontrar algo melhor?

Já deixa de parecer trivial ou ridículo.

“O que é absurdo, e que não é, pode ser apenas uma questão de perspectiva.”

Gary Zukav, escritor americano

E graças às crenças limitantes ficamos presos à infelicidade apenas porque não percebemos que temos que mudar a perspectiva. No meu caso, existem plantas que não gostam de sol directo – e devia ter-me lembrado disso – mas… e no que se refere aos grandes impactos na vida?

Porque permitimos que as nossas crenças limitantes nos condenem à partida e que nos impeçam de ir até onde queremos? Esquecemos constantemente de que na maior parte do tempo somos condicionados por aquilo em que acreditamos e construímos conceitos que mais parecem caixas modelos – onde cabem uma série de plantas – mas que simplesmente não se adaptam à realidade que vivemos. Partimos do princípio que as primeiras percepções são regra para todas as situações mas assim acabamos por toldar o pensamento e passamos a acreditar que não somos capazes de ser, ter ou de merecer tudo de bom.

Para alcançar os nossos sonhos a única coisa que precisamos é de um ajuste. Mudar de perspectiva.

A nossa realidade deve ser apenas um ponto de partida (afinal de contas mais cedo ou mais tarde podemos arranjar outra casa com exteriores cheios de sol) e é sem dúvida a base sólida que nos faz ter os pés bem assentes na terra e que nos faz ver que não podemos contar com o “ovo no cu da galinha” – como relembra o provérbio popular.

Estar atento ao que temos, ao que vivemos e com aquilo que podemos contar é o que torna tudo mais fácil quando construímos a escada para alcançar o mundo. Agora acredito que tudo é passível de realização apenas temos que ter as plantas que se adaptam perfeitamente à nossa localização.

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