Admitamos, todos nós gostamos de uma boa história.
E existe toda uma ciência por trás do conto de uma. Seja numa publicação nas redes sociais, num filme, série, numa conversa de café, estamos rodeados pela arte do storytelling e quase que nem nos apercebemos!
Não vou tomar por garantido que toda a gente saiba o que é storytelling, portanto, apresento uma breve descrição: “Story” significa história e “Telling” significa contar. Mais que uma mera narrativa, é a arte de contar histórias, com recurso a técnicas únicas, onde o objetivo é a transmissão de mensagens inesquecíveis.
É a arte de saber desenvolver e adaptar histórias, histórias onde é necessário estarem inseridos elementos específicos, como a personagem, o ambiente, o cliente e a mensagem. Para além disso, é, também, necessário criar-se uma conexão com o leitor, atingir-lhe aquele nervo (mais) emocional. O ser humano é naturalmente movido por emoções, daí o recurso a esta técnica dentro da área da publicidade.
Uma pessoa pode (segundo a mesma) ter a ideia mais brilhante de sempre, mas, se não a souber partilhar, aliando-a a uma comunicação e mensagem estratégicas, de nada adianta e, sendo brutalmente honesta, pode muito bem esperar sentado/a. A resposta é a criação de conteúdo único e relacionável, por mais usado e desgastado que um tema possa estar, deve ser abordado por uma perspetiva única, a de cada um de nós!
Isto, porque somos todos, maioritariamente, movidos por emoções, ou seja, consequentemente, acabamos por ser meio que pequenos fantoches nas mãos da publicidade. Mexem-se uns cordões, mexem-se os corações! Todos sabemos que para se fazer uma campanha publicitária, um dos primeiros passos é analisar quem é o público-alvo, ou seja, é necessário criar-se uma persona e perceber como se irá atingir este público da forma mais eficaz. Digo e repito: conteúdo único e relacionável! E é assim que, muitas vezes sem darmos conta, acabamos por ser controlados, porque o conteúdo é cada vez mais pensado e elaborado com as nossas características em mente.
O storytelling é usado no marketing e na publicidade para gerar mais vendas, certo, no entanto, atenção que não são todas as empresas/pessoas/equipas que sabem construir um bom storytelling para o lançamento de uma campanha.
Passo-vos a dar um bom exemplo de uma empresa com um bom storytelling e uso de gatilhos mentais e emocionais: a Nike. A Nike não vende apenas produtos, vende características, vende poderes, vende sonhos. As pessoas não querem sentir que estão a ser vendidas algo, querem sentir que estão a ser faladas com, querem sentir que aquilo é uma mensagem propositadamente feita para elas, querem emoção!
Isto leva-nos a falar um pouco sobre a teoria da identidade narrativa, teoria que postula que as pessoas formam uma identidade ao conectar as suas próprias experiências com uma história que lhes ofereça uma sensação de unidade e propósito.
A Nike baseia-se nisso e mais empresas deviam seguir o exemplo, porque, admitamos, todos nós gostamos de uma boa história.
P.S. A Nike não me pagou para mencionar o storytelling da marca neste artigo.