“O tempo entre costuras”

O livro ou a série?

O livro claro, que foi o que eu conheci primeiro. Estava ele, num balcão de uma livraria daquelas que durante um mês fazem 50% de desconto num determinado livro. E nesse dia era ele que ali estava, parecia à minha espera, pronto a piscar-me o olho, porque bem sabia que as costuras me atraem. A funcionária perguntou-me se eu queria folheá-lo (devia ter percebido a nossa troca de olhar) e, claro, que no momento que li o resumo aquele livro, naquela livraria, passou a ser meu.

A história, escrita por Maria Dueñas, escritora espanhola que ficou famosa por causa deste livro, conta a vida de Sira Quiroga, uma madrilena que cresceu sem a presença do pai e que se fez uma maravilhosa costureira graças ao atelier de costura onde a sua mãe trabalhava.

Sira tornou-se mulher e arranjou um namorado, Ignácio, que a amava muito. De casamento marcado, mas sem grande entusiasmo, Sira apaixona-se por um lojista: Ramiro. Por este amor, Sira sai do país, deixando a sua mãe para trás, rumo a Marrocos onde ambos acreditam que terão uma vida melhor.

Ramiro e Sira têm uma vida de divertimento e consumo elevado até que ele a abandona, deixando-a à sua mercê pois, leva tudo o que Sira tem. Desesperada, Sira é internada e é visitada pelo comissário que sente alguma simpatia pela história contada por Sira e coloca-a numa pensão de uma sua conhecida, para ter a certeza que Sira consegue recuperar a saúde e pagar a dívida no hotel onde ela e Ramiro estavam hospedados.

Com ajuda da dona da pensão, Candelária, Sira recupera e começa a trabalhar como costureira numa área mais rica da cidade onde tem acesso às damas da sociedade e oportunidade para fazer novas amizades.

Sabendo que Espanha está em plena guerra civil, Sira arranja maneira que a mãe venha até ela, conhece o próximo homem da sua vida e quando pensa que finalmente entrou em bom rumo, é convidada a voltar a Madrid, com outra identidade, para espiar os alemães e contar tudo os ingleses. A mãe convence-a a aceitar já que, tudo o que possa parar a guerra eminente é bom.

Começa a vida dupla de Sira, mas o passado persegue-a. Depois de o resolver, Sira vem a Portugal onde se encontra com um negociador que está do lado dos alemães e consegue obter informações importantíssimas   que ajudam os ingleses. É descoberta e só com muita sorte e ajuda é que Sira consegue voltar ao seu país e consegue sobreviver à vingança alemã. Curiosos?

Eu que já tinha lido o livro, fiquei empolgada com a série que está no Netflix, com algumas adaptações, claro.

E já agora, este português, Manuel da Silva, é interpretado por Filipe Duarte, o actor português que morreu recentemente com apenas 46 anos. Dias antes tinha acabado de rever a série, ficou-me na memória pela excelente interpretação. Achei incrível a coincidência (embora não acredite muito em coincidências, vou ter que lhes dar outro nome). Espero sinceramente que ele tenha partido em paz e que o legado que deixou seja sempre recordado.

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