Não era grande herói, mas também nunca precisou de viver de dotes destes. Ainda assim, já nisto pensou. Herói… é só o Homem que feito desde género lhe seja reconhecido ou Homem que o tem no espírito? A ver bem, se a vida transuda a circunstâncias de acaso, pouco interessantes, não há assim oportunidades para que se revelem heróis. Pode ainda dar-se a fatídica circunstância de – ato que deste espírito nasça – não ser por nenhum outro da mesma espécie testemunhado. Assim, é como se nunca nada se tivesse dado e – é este – menos herói.
Verdade, nem o é. Não houve ninguém que o reparasse.
O que faz “ser” são os títulos, os reconhecimentos, a opinião de nossos pares. Uma bola de mentira, o mundo. Não o chamemos assim, herói, que nunca ele a Hércules se assemelhou. Nem em físico, abençoado Hércules. Este é só um Homem comum como nós. E, nos comuns Homens, há vermes e há quem tenha o heroísmo no espírito.
Hoje, a vida tresanda a luta. Hoje, o propósito é maior. Abençoados espíritos heróicos. Haveria Hércules de vos receber em vénia. A todos vós, em batalha, que as lágrimas choradas que vos deitei reguem a semente do Vosso heroísmo. Ainda que lágrimas choradas nada resolvam, assim se o diz – erradamente. É a voz do abraço. O pensamento angustiado em Vós, é a voz do amor. Amanhã, o que ninguém viu não será aclamado, mas mais vos digo eu que – não há nobreza maior que ter espírito desse, mesmo que em segredo. Saibam-se heróis. É tudo quanto basta.