O amor e as suas múltiplas formas

Eis a questão que nos acompanha ao longo da vida: Afinal o que é o amor?

Inevitavelmente associamos o amor a um sentimento que resulta da ligação entre duas pessoas, o designado: amor romântico. Mas o amor é muito mais do que isso, nele cabe a amizade, a empatia, a generosidade, a paz enfim… um conjunto de emoções que o complementam. Se pensarmos no amor apenas como uma emoção romântica estamos a excluí-lo da amizade ou fraternidade. Sentir amor é em si muito maior que qualquer etiquetas que lhe tentarmos atribuir.

Amor é também deixar o outro partir se for essa a sua vontade por muito doloroso que possa ser para nós. É também largar alguém ou algo que não nos faz bem, por reconhecermos que precisamos nos respeitar. Mesmo quando não é para ficarmos com esse amor, só o facto de se ter cruzado no nosso caminho já desempenhou o seu papel, nada é por acaso e nada é perdido.

Mais do que querer estar perto, quando a distância se instala por algum motivo o amor não se perde. O coração palpita mesmo com uma separação física por sabermos que do outro lado também existe amor e que está tudo bem. Saber e sentir que existe magnetismo e sonhos em comum que são o reflexo de uma sintonia de almas que não se consegue explicar mas que se sente.

Amor é também o generoso ato de dar sem esperar nada em troca, o fazer o bem só por ser essa a nossa principal motivação. É saber aceitar as pessoas, os fatos e os momentos como eles são – não quer isso dizer que se concorde ou não se procure entender o porquê das coisas mas pode não estar ao nosso alcance mudar nada, nem ter de fazê-lo. Se determinada pessoa é importe para a nossa vida, podemos nem sempre estar de acordo com ela ou gostar de algumas das suas atitudes mas não deixamos de amá-la, se for importante mantê-la na nossa vida. Da mesma maneira que se tudo isso nos incomodar ou for contra os nosso princípios, é também um ato de amor deixá-la ir e seguir caminhos opostos.

No amor temos de aprender a respeitar-nos da mesma forma que respeitamos os outros, no amor temos de aprendera respeitar os outros tal como nos respeitamos a nós próprios. O amor não é apenas a face de uma moeda: é as duas. A sua grandiosidade é precisamente essa, o incorporar tudo um pouco e alimentar o melhor que dai poderá resultar.

Por isso, a definição de amor está em construção permanente ao longo da nossa vida e mesmo que possa ser universal na sua génese é também pessoal e intransmissível.

Photo by Jon Tyson on Unsplash
Share this article
Shareable URL
Prev Post

Tolerância

Next Post

Slow Living – Viver Devagar

Comments 1
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Read next

Doraemon

Quantos de nós relembram a sua infância ao ouvir esta frase? Lembro-me de chegar a casa para ir almoçar – andava…

O meu primeiro amor

Talvez tenha sido por essa razão que foi aquele que demorou mais tempo. Tudo porque esse amor vivia só e…