Passada já a euforia (e a afonia) e tendo já descansados os pés doridos, consigo finalmente sentar-me um momento e partilhar a minha experiência da IberAnime Lisboa 2019. Já tendo ido a outras conferências, até algumas estrangeiras, sabia mais ou menos o que esperar, mas este seria o meu primeiro IberAnime e foi com entusiasmo que, durante toda a semana que lhe precedeu, cosi com muito amor e dedicação o primeiro cosplay do meu bebé (que “coitado”, lá foi de arrasto com os papás geeks).
Chegados a uma convenção, é preciso ter uma estratégia, principalmente se levamos um carrinho de bebé à frente. No nosso caso, tínhamos um plano bem definido: chegar, observar e rodear a confusão. Simples, certo? Nem por isso. O Centro de Exposições da FIL (Feira Internacional de Lisboa) ainda é um pavilhão grandote, mas o mar de gente que o enchia era avassalador. Ao fim dos primeiros cinco minutos já tinha perdido conta de quantos pés tínhamos pisado ou quantos corpos tínhamos atropelado. Foi então a custo que começámos a mapear o espaço.
À esquerda, mesmo à entrada, um gigante e impressionante dragão insuflável do “Dragon Ball”, dava-nos as boas vindas. À direita, o cantinho dos artistas, onde reconheci um ou outro que já sigo no Instagram (Evarowse, Angelganev e Hiba-tan) . Aqui podia-se comprar todo o tipo de fan art e arte original. Foi também aqui que conheci a artista brasileira Beatriz Blodau que era uma simpatia e a quem comprei uma vinheta de fan art, para colorir, de GOT (Arya, claro, quem mais?!).
Continuando a rodear pela direita: o stand da Kit Kat sabor chá verde (sempre presente neste tipo de eventos), um ringue de luta livre, o stand da PlayStation 4 onde o meu parceiro experimentou um jogo VR, pela primeira vez (e adorou!), Xbox One, Nintendo. No centro, antes das típicas lojas de merchandise, a zona de Role Playing, onde fui recebida de braços abertos pelo Henrique Soares, da Rola Iniciativa que me explicou como funciona o mundo do Roleplay em Portugal. Foi uma conversa super interessante e confesso que o seu entusiasmo deixou-me com vontade de ir a um dos encontros da organização. Também lá estavam os Roleplayers de Lisboa que até têm um programa especialmente pensado para crianças pequenas.
Ao fundo, o palco principal do evento onde assistimos à final da International Cosplay y World Masters 2019. Cosplayers dos quatros cantos do mundo subiram ao palco trajados a rigor e cada um apresentou o seu skit o melhor que pode. Quando a brasileira Bárbara Brás fez a sua apresentação com um impressionante cosplay da Dark Alessa (“Silent Hill”), ficou mais do que claro de que seria ela a vencedora do concurso.
Seguimos caminho e parámos para um gelado, ou uns noodles ou até mesmo um Bubble Tea, nas bancadas que alimentavam os mais esfomeados (ou mais gulosos) do evento. Também encontrámos o palco Karaoke, mas infelizmente, não conseguimos assistir ao concurso, por falta de tempo. Enquanto esperávamos pelo próximo espectáculo, demos um pulinho ao pavilhão de Cultura Tradicional Japonesa onde chegámos mesmo a tempo para assistir a uma demonstração de Aikido. Também visitámos os pequenos stands das outras artes marciais, representadas pelas organizações nacionais de Kendo, Ju-Jitsu e Sumo. No mesmo espaço havia também demonstrações de Reiki, Origami e a zona de workshops de caligrafia e língua japonesa.
Deixámos para trás o que era, sem dúvida, a zona mais calminha do evento, para entrar de novo na confusão do pavilhão principal onde a festa já ia ao rubro com a animada e divertida dança Para Para, no Palco Maggi Fusion (o principal patrocinador do evento). Os passos pareciam simples, mas não foi nada fácil seguir a coreografia do energético animador no palco. Depois de uns quantos momentos embaraçosos e descoordenados, fizemos uma última paragem no stand de doces típicos do Japão e abastece-mo-nos com Mochis, Pockys e outros que tais.
Demos, então, o dia como terminado. O meu valente filhote, aguentou uma tarde inteira daquela loucura e deixou o espaço um pouco mais kawaii com o seu cosplay de Finn de “Hora de Aventuras”. Voltámos para casa de mochilas cheias de coisinhas deliciosas e o nossos espíritos geek preenchidos por uma experiência fantástica. Fiquei só com pena de ter perdido o concerto da épica Yumi Matsuzawa (cantora dos “Cavaleiros do Zodíaco”) e o Q&A com Hironobu Kageyama (cantor do “Dragon Ball Z” e “Dragon Ball GT”).
Próxima paragem? Comic Con, em Setembro. Ainda tenho tempo, até lá, de fazer, desta vez, um cosplay para toda a família. “Não percam os próximos episódios, porque nós também não!” (desculpem, não resisti…)