Greves, manifestações, abaixo-assinados. Não sei se é por ser um activo no mercado de trabalho, mas, quando frequentava o ensino escolar, não me recordo de ficar em casa por haver greve nas escolas ou de me safar a uma vacina pela ausência de enfermeiros nos serviços.
Novo ano lectivo, novo Orçamento de Estado e a Geringonça lá vai andando.
O que é que se passa com este nosso Portugal? Será que o problema está nos governantes ou nos governados?
Ouvi, há dias, que em Portugal existem 2 milhões de pobres e que este ano que vem seria para combater as falhas na Educação, Saúde e Trabalho. Pois bem, poderia dizer que pecam por serem tardias todas estas decisões, mas não o vou dizer, pois palavras leva-as o vento e nada está garantido.
Existem estatísticas que a taxa de desemprego baixou. Será realmente verdade ou as pessoas que recebiam o subsídio deixaram de ter direito de o auferir mensalmente? Acredito que a pessoa quem faz este boletim de estatísticas devia acrescentar uma coluna na estatística com o título de “Sem Dinheiro/Sem Emprego”.
Olhando para subsídios, empregados e desempregados, confesso que não percebo por que razão as minorias são na sua realidade a maioria no que diz respeito a receberem estes rendimentos. Vejamos: indivíduos em que nada fazem para a evolução e progressão do nosso país recebem centenas de euros, levantam comida e roupa em associações e não os vejo a pagar impostos. A única preocupação é garantirem a morada e a matrícula dos seus descendentes no ensino para poderem ter direito ao suplemento per capita.
Aqui entre nós, não os invejo. Estar tanto tempo sem fazer nada não é para qualquer um, é preciso ter estômago. A verdade é que um dia ficou legislado esse direito às minorias, perdão, maiorias discriminadas, segundo algumas associações.
Nem me posso alongar muito sobre este tema, já que, quando o Sr. André Ventura teceu alguns comentários sobre o assunto supracitado, surgiram supostas queixas na Comissão pela Igualdade de Discriminação Racial. Contudo, ainda assim censuro quem decidiu isto, pois esse “direito” tem muito que se lhe diga. Vejo idosos, reformados que andaram na labuta uma vida inteira a recebem uma reforma vergonhosa, que deveria ter outro nome (tipo “esmola”). Dinheiro esse que mal chega para os medicamentos e alimentação de quem parece por vezes simplesmente esperar o não acordar.
Para a Discriminação Social não vejo assim tanto alarido. Estatísticas sim, resoluções não.
Um Orçamento de Estado como todos os anos a deixar alguém menos favorecido, uma assembleia da república a não garantir a total satisfação de todos os representantes na bancada e a deixar logradas as expectativas de quem vê a palavra esperança somente no dicionário, sabendo de certa forma o seu significado, mas com uma ausência do seu sabor.
Parece uma manta de retalhos, curta e esburacada, em que um, para se tapar, destapa o outro.
O engraçado, sem ter algum tipo de graça, é sempre que alguém escolhido pelo governo se demite por questões políticas, sejam elas quais forem, quase que levam à estaca zero as “negociações” que haviam decorrido até aí, seja em que sector forem. Contudo, as viagens de negócios e “cash” para as despesas de representação continua sempre a haver. Provavelmente devem fazer parte da agenda e não podem ser adiadas como as intervenções cirúrgicas.
Governem, trabalhem e colaborem com quem trabalha e lutem pelo dia de amanhã.