Com sete letras se escreve a palavra empatia e são de facto precisas várias competências emocionais e educacionais para a conseguir pôr em prática.
De acordo com o dicionário, empatia é:
- faculdade de compreender emocionalmente (pessoa, objeto)
- capacidade de se identificar com outra pessoa e de partilhar os seus sentimentos e motivações
- PSICOLOGIA identificação emocional com o eu de outro
Decidi trazer este tema, porque sempre que pensava no que iria escrever, surgia esta palavra na minha cabeça. Assim é porque, ultimamente, creio que é uma capacidade que está em falta. Cada vez mais, as pessoas preocupam-se consigo e ficam apenas enamoradas com o seu próprio umbigo.
Existe outra palavra oposta à empatia – apatia ou indiferença. Pessoas que são frias, fechadas, que vivem exclusivamente para si, para os seus desejos e que são muito individualistas. Algumas consideram-se superiores e desprezam as demais. Outras acreditam não precisar de ninguém.
A dificuldade de calçar os sapatos do outro e não julgar, ou criticar, parece-me, cada vez mais, instalada. Apesar de toda a propaganda para a aceitação, compreensão e tolerância, a todos os níveis, parece-me que o discurso de ódio, indiferença, apatia e até de satisfação com a desgraça alheia tem vindo a aumentar. Como se compreende alguém estar a filmar outro a ser espancado, não agir em defesa do agredido e ainda partilhar esse vídeo com um certo gáudio?
Ainda sou do tempo em que algumas pessoas cediam os lugares aos mais velhos, a grávidas e a pessoas com alguma incapacidade. Hoje, vejo um aumento de indivíduos a fingirem que não veem. Mergulhados nos seus telemóveis, com auscultadores nos ouvidos, alienam-se. Fazem parte de uma sociedade, mas não vivem em comunidade. Vivem isolados, concentrados em si, nas suas vidas, desejos, prazeres e satisfação. Se o outro está mal, se precisa de ajuda? “Paciência, desenrasque-se, eu cá já tenho os meus próprios problemas”.
Um dia destes, ao sair do supermercado, carregada com sacos à pinha, deixei cair uma das compras, no meio da estrada, enquanto a atravessava. Fiquei à espera que algum carro parasse para poder ir buscar o que tinha caído. Passaram vários carros, aceleraram, passaram por cima, pelo lado, e só ao fim de uns três ou quatro é que houve um que parou e eu pude ir buscar o que ali estava perdido. Que pressa é esta? Que desrespeito para com o próximo estamos a observar?
Mais, miúdos de onze, doze anos, nas escolas a filmarem professores, a gozar, ameaçar e ainda terem o apoio dos pais, à saída, para virem bater nos docentes.
Fora estas situações, existem muitas mais que todos nós já presenciámos certamente.
Deixo o apelo: mais empatia por favor!
Saber ou tentarmos nos colocar no lugar do outro é uma qualidade de pessoas emocionalmente inteligentes. Basta pensar um pouco e imaginar “se fosse eu naquele lugar, o que gostaria que me fizessem?”
“Não faças aos outros o que não queres que te façam” – Confúcio;
“Todas as coisas que querem que os homens vos façam, façam-nas também a eles” – “Regra de Ouro” – Jesus Cristo.
E o mundo seria um lugar tão melhor!
Nota: Artigo escrito com o novo Acordo Ortográfico