Estima-se que existam aproximadamente 40 000 espécies de aranhas no mundo, apesar de alguns estudiosos estimarem a existência de 100 000 espécies de aranhas, já que muitas delas ainda estão por descobrir.
As aranhas, ao contrário do que muitos pensam, não são insectos. São aracnídeos e distinguem-se destes pelas seguintes características:
- Possuem quatro pares de pernas;
- Não possuem asas, ou antenas;
- O corpo divide-se em duas partes (cefalotórax e abdómen);
- Formam teias.
Uma das 40 000 espécies de aranhas identificadas é a Maratus volans, conhecida vulgarmente como a Aranha Pavão, que possui um tamanho entre 4 a 5 milímetros (sim, é uma aranha bem pequena) e que habita unicamente na Austrália.
Na Natureza, em muitas outras espécies de animais, os machos costumam ser mais vistosos do que as fêmeas, pois são eles que têm que competir entre si para conseguirem gerar a prole com os seus genes e, portanto, são eles que devem seduzir as fêmeas, seja através da sua força, do seu tamanho, ou do seu colorido. As fêmeas, encarregadas de cuidar a descendência, costumam ser menos vistosas e ter cores mais apagadas, camuflando-se melhor no ambiente e evitando assim possíveis predadores. Tal condição, em que os machos são mais vistosos do que as fêmeas, observa-se por exemplo, nos pavões, cujos machos são majestosamente coloridos e deve dizer-se que, para tal condição, a Aranha Pavão não é uma excepção e daí o seu nome.
As fêmeas destes aracnídeos costumam ser de um tom castanho acinzentado e os machos possuem um exuberante colorido. Porém, as cores não são tudo, pois, para além disso, os machos tentam atrair as fêmeas, através de uma dança de acasalamento. Esta consiste em levantar um par de patas, mostrar para a fêmea o colorido abdómen abanando-o e elevando-o e, ao mesmo tempo, mexer o corpo todo, de um lado para o outro, interpretando, desta forma, um alucinante espectáculo da Natureza.
A fêmea, exigente, estuda com cuidado as cores, vibrações e movimentos do macho e escolhe o macho mais garrido e vistoso, pois considera que quanto mais atractivo seja visualmente, melhores genes ele aportará à sua descendência.
Cumprida a missão, o macho repete a dança com quantas fêmeas conseguir encontrar. Estima-se que na Austrália existam cerca de 20 espécies do género Maratus, no entanto, são difíceis de encontrar e formalmente só 8 espécies foram correctamente identificadas até hoje.
Quando descobertas no século XIX pelo zoólogo e naturalista Octavius Pickard-Cambridge, não é sem razão que, quando as descreveu, disse: “É difícil descrever adequadamente a grande beleza das cores desta aranha”.