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Sonhos de menina

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Não, não é a música do Tony Carreira e, para mim, nunca foi tanto “o que sonhava ser”, mas o que poderia ver ou até fazer no futuro com a minha vida. Até seria uma bonita introdução, se não fosse para enquadrar uma das desilusões que tive: real vs. idealizado.

Naquele dia em que me vi na entrada do Coliseu em Roma, o meu coração parecia que ia sair do peito, tinha tanta expectativa, queria tanto entrar ali, conhecer, sentir aquela imponente estrutura, que quando transpus o arco que dá acesso ao que resta da arena do Coliseu, pensei: Hãããã???

Tudo tem um princípio.

Em criança idealizamos locais: “no dia em que for a Roma, vou conhecer o Coliseu!” ou subir à Torre Eiffel em Paris, enfim são daquelas imagens e desejos clichés que alimentam o nosso imaginário e a vontade de visitar um determinado sítio. Mas nem sempre aquilo que idealizamos é aquilo que acontece na realidade, não foi o caso da subida à Torre Eiffel, que adorei e que me deslumbrou, já o Coliseu de Roma…

Devia ter desconfiado logo, quando em redor do Coliseu circulavam “figurantes” vestidos de romanos típicos do império! É logo um indicador que pode dizer: “este sítio, não se basta a si próprio, precisa destas palhaçadas” (esta é uma teoria minha) e assim se comprovou. A estrutura imponente na Piazza del Colosseo, não deixa ninguém indiferente, isso é verdade! Ter-se mantido colossal e bonita aos longo dos séculos impõe respeito.

O meu desalento foi essencialmente por ter achado tudo muito degradado e mal mantido. Como seria possível os italianos terem um monumento daqueles cheio de ervas? Ninguém me disse, eu vi. Muito mal estimado, muito mal mantido e assim deitou por terra a imagem idealizada que tinha do Coliseu e da reação que achei que teria. Com o bilhete na mão, ainda senti as lágrimas nos olhos mas depois o choque secou tudo! Fiquei incrédula.

Depois deste episódio, passei a ter alguma cautela com as minhas expectativas… nem sempre é fácil, porque alguns lugares merecem toda a emoção que carregamos no coração por eles.

Imagem de capa: Foto de Marco Chilese na Unsplash
Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do Antigo Acordo Ortográfico

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Sofia Cortez
Sofia Cortez marketeer por acaso, escritora em desenvolvimento e artista por vocação. Não existe uma linha condutora para a criatividade, só a vontade de criar. Entre os seus trabalhos estão uma Exposição de Croquis de Moda realizada 97 no Espaço Ágora, curso de desenho na Sociedade de Belas Artes em Lisboa, a participação em feiras de artesanato com o projeto: Nomes em Papel para crianças, um livro editado em 2018 “Devemos voltar onde já fomos felizes”, várias participações em coletâneas de autores em poesia e conto, blogger no blog omeuserendipity.blogspot.pt, cronista, observadora, curiosa com o mundo e aprendiz de todos os temas que permitam o desenvolvimento humano.

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