Acompanham-nos sempre, no silêncio e na expressão dos nossos corpos, quando os expandem, os retraem ou simplesmente os movem num sopro vital. São energia em movimento (em + motion) com a aptidão de nos conceder, num ápice, informações e ações adaptadas ao nosso desenvolvimento.
Fazem-nos sentir bem, exaltam-nos, em vibrações de calor, quando experimentamos o nosso valor, quando amamos e somos amados, quando nos movemos pelo que nos realiza. Pelo contrário, afastam-nos do aperto da indignidade, do abandono, da ausência de sentido.
Assim, nas distintas situações e contextos, as emoções modelam a construção das nossas necessidades existenciais – identidade, conexão, motivação – e, ao mesmo tempo, são modeladas por estas. Com efeito, subsistem num diálogo contínuo com os nossos estímulos (internos e externos), expressando um modo próprio de percecionar, de avaliar, de se sentir corporalmente e de agir.
Este processo global forma uma história e permite, em cada momento, uma síntese emocional, que se traduz no que sentimos. Deste modo, as emoções são experiências de vida significativas, um código de memórias autobiográficas sentidas. Estas memórias são ativadas por estímulos (inputs) que geram avaliações e ações (outputs). Por exemplo, face à necessidade de proteção, numa situação de perigo, ativa-se o ‘medo’ e a respetiva ação de fuga, bloqueio ou ataque de acordo com as nossas memórias autobiográficas.
Em resumo, as emoções são um processo contínuo de auto-organização do sentir, que parece estável apenas porque, assim, nos recriamos e adaptamos melhor. A situação emocional ótima integra coerentemente as diferentes dimensões do sentir em ordem a uma boa adaptação e desenvolvimento.
Pois bem, ao valorizarmos as emoções, dando-lhes ouvido, concedemo-nos a oportunidade de cuidar de eventuais problemáticas existenciais e de enriquecer vidas, relacionamentos e motivações!