Uma das minhas maiores dificuldades a lidar com as pessoas é quando fingem. Até apanhar a falta de honestidade somos iludidos e levados a pensar que ali, diante de nós está uma excelente pessoa. O ser humano é, já por si, difícil de se conhecer, mas a falta de honestidade complica o entendimento, faz-me lembrar o filme do “Jumanji – Bem Vindos à Selva“, em que cada um interpreta uma personagem muito diferente da real para poder entrar numa selva em que somos todos jogadores e quem não nos mata quase que tem que morrer. E eu pergunto-me: Para quê? Qual é a intenção? Para alguns certamente o divertimento alienado, para outros a manipulação, mas o fingimento não trás para todos infelicidade?
É triste ver pessoas a fingir que são felizes, quando por dentro estão a ruir. A maior parte finge que sabe, mas é pelo desconhecido que deambulam. É assustador observar pessoas cheias de si que nem sequer se conseguem colocar no lugar do outro e indignam-se com a liberdade alheia porque sentem-se presas em cada pensamento e em cada palavra da sua interpretação. Vêm com discursos prontos, frases estruturadas e uma carrada de charadas para iludir e imporem-se aos outros, como se todos tivéssemos que jogar o mesmo, fingem-se tão seguras mas a insegurança é o que toma os seus dias.
Tal como a personagem Alex (interpretado por Nick Jonas), param num determinado nível, sem se dar de conta de como o tempo passou, ignoram que, para quem jogou, o jogo mais cedo ou mais tarde tem que acabar e que é hora de avançar!
Reconheço que estas máscaras ensinam-nos muito: por detrás de uma vida de fachada, de pessoas que se fingem interessadas, há alguém que tem pavor de si mesmo, que não se aceita a 100%. Por detrás dos durões e intocáveis, existem também pessoas perdidas no seu próprio destino e que se agarram à imagem que querem passar, embrenhando-se na farsa construída, à vida social activa, mas que no fundo têm medo da solidão e por isso, medo da rejeição por dizer que “Não”.