Tempos houve em que estava na ordem do dia falar-se de Educação Sexual.
Em diversos sítios e cenários se discutia e trocavam argumentos, sobre se deveria ser tema académico ou não para os miúdos nas escolas, a questão da Educação Sexual.
Depois, e como tudo na vida dos seres humanos, o tema perde a actualidade, e após muitas discussões e análises sobre esta questão, a mesma foi sendo deixada ao esquecimento, sem que percebêssemos de facto como tem vindo a ser desenvolvida e acompanhada na escola.
Porque o que é um facto, é que cada vez mais os jovens iniciam a sua vida sexual mais cedo, e tantas vezes sem os necessários cuidados a que devem estar “obrigados” como a questão da protecção, não apenas para evitar a gravidez que porventura não será desejada, mas também para evitar doenças que são sexualmente transmissíveis e que acarretam consigo imensos problemas.
Muitas vezes, nós adultos acabamos por complicar questões que são simples de se explicar, e ainda mais fáceis de se entender.
No entanto acredito que por se tratar de uma questão de foro muito intimo e reservado temos a tendência de evitar falar do assunto, ou aflora-lo muito ligeiramente, até por uma questão de “vergonha”.
A nossa sociedade durante muitos anos castrou os seus elementos da possibilidade de se falar sobre esse tópico. E consequentemente, nestes tempos já tão desenvolvidos e evoluídos, onde quase tudo se permite. Por vezes e ainda em face de questões muitas vezes culturais, relegamos para um outro plano, quase paralelo, estas questões da vida sexual e da importância que deve ser dada a que se alimente e promova, a bem da sociedade atual e futura, uma correta Educação Sexual junto das nossas crianças e juventude.
É importante que se conheça o processo, porque é disso que se trata, apesar de cada um poder fazer a sua leitura, não tem grandes variantes e anda sempre em volta do mesmo, e portanto é fundamental o papel dos pais nestas questões, sobretudo evitando fazer da questão da Educação Sexual um tema tabu, até porque as crianças inevitavelmente vão ter contactos e conversas extra espaço sala de aula, onde o assunto acaba por ser conversado, pelo que, para se evitarem interpretações ou avaliações erradas é importante que estejam inteirados do que se está a falar.
A ignorância nestas matérias não é uma boa conselheira porque permite que seja dado espaço a conotações erradas ou avaliações incorrectas, de algo que é tão básico e tão linear como comer ou até mesmo respirar, a atividade sexual integra uma das características do ser humano, mais desenvolvidas ou mais apuradas nuns ou noutros, mas faz parte de nós e portanto é conveniente estarmos habilitados a saber lidar com a parte sexual que compõe cada um de nós.
A sexualidade é um componente da boa saúde, inspira a criação e é parte do caminho da alma. (Isabel Allende)