Career of Evil, de Robert Galbraith

O que dizer sobre esta autora que não tenha já dito nos livros anteriores, The Cuckoo’s Calling e The Silkworm?

careerofevil1Novamente, Robert Galbraith consegue invadir a minha vida com mais um mistério. Enquanto não acabo de ler, parece que não volto a ser eu – dou por mim a pensar na história da mesma forma que penso no jantar, como algo real em que tenho de me debruçar, pensar, que estou a viver. Por vezes demoro uns segundos a lembrar-me que não é a minha vida e a desejar com muita força ter um minuto para ler mais uma frase.

Mas nunca paro numa só frase.

Desta vez, Robin Ellacott e Cormoran Strike recebem uma perna no escritório. E pela mensagem que vem com a perna, Strike percebe que é alguém do seu passado. Ora, tendo crescido num ambiente difícil e tendo feito parte do SIB (Special Investigation Branch, que são detectives que investigam militares), podemos imaginar que Strike tenha uns quantos inimigos… E há três suspeitos principais, todos altamente qualificados para enviar uma perna ao detective: dois militares criminosos com quem ele se cruzou, quando trabalhava no SIB e o seu padrasto. Ao mesmo tempo, Robin está prestes a casar com o seu grande amor, mas as constantes discussões e um segredo antigo ameaçam a estabilidade do casal.

E agora, como é que se dorme, enquanto o livro não acaba?

Pois.

careerofevil2Tenho uma relação de amor-ódio com Robert Galbraith ou J.K. Rowling. Não basta ser fenomenal na série do Harry Potter, também tem de ser excelente a escrever policiais? No entanto, por outro lado, penso: por favor, que continue a escrever policiais, que escreva quatro ou cinco de uma vez, porque não aguento a espera.

Esta autora tem um dom, acho que não se questiona, seja para o fantástico ou para o policial. No caso dos policiais, até agora, este e o primeiro livro são os meus preferidos, parecem-me muito mais reais – assustadoramente reais. Os enredos de que se lembra são espectaculares, a construção impecável, e os leitores somos marionetas que seguimos cada palavrinha. O que é fantástico, porque quando sai mais um já sei que me vou perder e só de pensar nisso já fico entusiasmada com a leitura. Não é isso a que qualquer escritor aspira?

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