O imenso desafio dos começos de ano é sempre o mesmo… grandes promessas, muitos objetivos, uma tremenda vontade de mudar o mundo e a nossa vida, e de definitivamente sermos uma pessoa diferente daquela que temos sido até à data, diferente para melhor, claro!
Este ano apeteceu-me fazer diferente, apenas porque sim.
Mas não prometi nada, nem a mim própria nem a ninguém. A vida já não me permite essas inconsciências, e a idade já me confere, pelo menos em teoria, algum juízo pelo que me fico pelas determinações muito claras do que quero concretizar neste ano de 2020 que agora começa.
Assim, neste novo ano vou pensar essencialmente em mim, tenho experimentado uma vida dedicada a terceiros, fazendo dos meus objetivos aqueles que são os objetivos dos outros, enfim, acabando sempre por me relegar para segundo, terceiro ou quem sabe quarto plano.
E nós, nesta nossa vida devemos ser os atores principais da longa metragem que é a nossa existência. Afinal temos de dar relevância aquela que é o foco da nossa vida, a nossa pessoa, que é quem habita em nós.
Contudo, a nossa pessoa entenda-se, é muito mais do que o corpo onde se arruma a nossa alma. É dela que eu quero cuidar neste ano de 2020 com todo o carinho, dedicar-me mais atenção, ter mais tempo para mim e consequentemente preocupar-me menos com todo o rebuliço por que me vejo muitas vezes cercada.
A vida é preciosa demais para se desperdiçar em momentos mal apreciados, ou mesmo a desgastarmos as nossas energias com quem não merece, ou dando atenção a pessoas ou a situações que não tem valor.
Afinal o nosso estado de alma deverá ser sempre neutro, se sou do bem, não me posso deixar afetar por quem não é.
A angústia de não podermos vencer as injustiças que proliferam pelo mundo, e muitas vezes em nossa volta, tem de ser transformada em capacidade regeneradora de amar, até aqueles que são tantas vezes fonte de destruição, invejas e raivas que proliferam em nossa volta, em suma, pessoas frustradas e mal resolvidas.
Estes são seres pobres, verdadeiros mendigos, mas não se trata de uma pobreza financeira, é mesmo aquela que apenas um coração do bem pode relativizar, e até perdoar por todas as maldades que porventura estes seres tristes e miseráveis possam andar a espalhar pelo meio que os envolve, são os pobres de espírito, a quem ofereço de coração aberto a minha generosidade e perdão.
Sim, porque o meu coração transcende tudo isso, e o que a mim muito me alegra o espírito, ilumina o olhar e aquece a alma é saber que apesar de existir em quem é malvado uma grande carência de afetos e de amor, são essas as emoções que eu na minha vida mais cultivo e alimento, sou imensamente rica, diria mesmo multimilionária pelos três seres fantásticos que ajudei a colocar no mundo, e que espelham tudo isso, serão sempre a maior razão da minha existência.
Afinal… “Não duvide do valor da vida, da paz, do amor, do prazer de viver, enfim, de tudo que faz a vida florescer. Mas duvide de tudo que a compromete. Duvide do controle que a miséria, ansiedade, egoísmo, intolerância e irritabilidade exercem sobre você. Use a dúvida como ferramenta para fazer uma higiene no delicado palco da sua mente com o mesmo empenho com que você faz higiene bucal.”
– Augusto Cury
Feliz 2020!