Todos nós já vimos esta paisagem, persegue-nos em todo o lado, seja na autoestrada, no lugar mais alto de uma cidade. Vemo-la no fim de uma noite, no início de tarde. E, por vezes, faz pele de galinha, por assistirmos a uma pequena dimensão do mundo.
Cada luz representa uma vida, cada luz representa alguém, seja de que forma for e todos vivemos de forma individual e egoísta. Por muito que o neguemos, esta é a realidade. Só um elo visto de fora a poderá ver como um todo e, neste momento, existem poucos espectadores neste mundo.
Vivemos preocupados com a vida, de como a viver, do que faremos no passo seguinte e onde estaremos daqui a 5, 10, 15 anos. Ambicionamos conhecer o mundo, quando paramos poucas vezes para ver qual é a luz acesa ao nosso lado.
Corremos para alcançar tudo o que iludidamente consideramos ser o que nos fascinará, durante a efémera vida que temos. Perdemos a capacidade de observação do momento e vivenciar o mesmo. Corremos para alcançar o escasso, o que está demasiado longe.
Já não pensamos pequenino, mas talvez o devêssemos, olhando as luzes da cidade.