Que o respeito ao próximo é um alicerce fundamental para a construção de uma sociedade harmoniosa e pacífica, nem discutimos! Que ele se manifesta através da consideração e aceitação das diferenças entre as pessoas soa até como meio óbvio. Ao respeitar o próximo, cultivamos empatia, reconhecendo suas experiências e perspectivas, é claro também. Mas nem sempre o óbvio prevalece e por vezes é preciso reforçar o quão importante é respeitar a si mesmo e ao outro.
Costumo dizer que o ser humano é um “bicho engraçado”, para não dizer “estranho”. Nesse tema em questão, por exemplo, vale a análise:
São aqueles que exigem – respeito ou qualquer outra coisa – mas não cedem.
Reclamam, mas não se doam.
Pedem, mas não oferecem.
Querem atenção, mas não estão dispostos a dispor nem de um tempo que seja e muito menos, nos dão a mão.
Aonde vai o limite?
Se respeitar e se priorizar é ato nobre e até primordial, mas largar o outro é também um ato egoísta, por vezes, desnecessário. Há espaço para todos. Você. E os outros.
O respeito ao outro vai além do bom dia, obrigada e por favor.
Vai mais além do simples, do normal ou do comum. Do trivial.
Gentileza gera gentileza – ou nem sempre?
Respeito ao próximo, a religião, ao modo de vestir, de agir e de falar. De andar, o que come, o que faz, como pensa, vai mesmo além.
Respeito pelo gosto musical, pelos hábitos alimentares, pelos hobbies, seja lá o que for que, da sua conta já adianto de antemão, que foge da sua razão.
Afasta bullying. Afasta até depressão. Parte do principio que de ser aceito, acolhe até o coração. A mente fica em paz, com gratidão.
Não quer praticar voluntariado, atos nobres, de doação – física, material ou emocional – obrigado não é. Mas continuas a praticar o respeito somente pelo ato simples de res-pei-tar. De também por vezes, se por no lugar do próximo. Julgar menos, consegue? Pode ser um bom começo.
Confesso: Há pessoa que é quase impossível não cair em julgamentos, análises ou virar tema em roda de conversa. Pode ser por uma atitude, por um costume, por algo falado, que te deixou indignado.
Entendo e não te julgo. Quem nunca? Mas… há sempre algo por trás que pode justificar. Não és obrigado a aceitar, entender ou conviver. Mas respeitar. Mesmo que seja por ora, ignorar. Vai ver que seja isso aí a tal evolução. Então, evolua. Evoluímos.
Soa até um pouco estranho salientar sobre a importância do respeito mútuo entre os seres humanos, até quanto sociedade, certo? Deveria ser tão nítido mas a verdade é que podemos perceber que isso foge da realidade e a indiferença, o preconceito, a falta de inclusão, a violência física ou psicológica são tão intensos e presentes no nosso meio, que causam confusão de que mundo vivemos e para que mundo iremos. Os jovens por vezes bitolados, famílias que minimizam as atitudes erradas e propagam a fala errada. A voz real fica sem função e quem havia de mostrar o certo e errado, entra na contramão.
Sei que somos até muito rápidos em julgar, sem mesmo conhecer. Há uma frase comum que rola por aí, que diz algo como: “seja gentil com o outro pois nunca sabemos por o que aquele está passando”. Mentira não é. Por vezes podemos ver alguém a sorrir, mas por dentro um turbilhão de sentimentos e acontecimentos se instalam. Sempre digo que há uma grande diferença entre a teoria e a prática. Inclusive uma frase famosa e decerto já leram em algum canto é que “falar é fácil, difícil é calçar os sapatos do outro e caminhar sobre as suas pedras”.
Por vezes podemos tentar uma auto reflexão e tentar analisar: qual a maneira que trato as pessoas e quem me cerca? Afastar o preconceito de raça, sexo, cor, idade e qualquer tipo de discriminação, imposição de rótulos ou definição. Com tolerância e respeito, afastamos conflitos entre amigos, famílias, povos e nações.
Quem sou eu para dizer quem é certo você gostar, que roupa usar, que som ouvir, que time torcer ou por qual religião rezar?
Afastamos guerras, brigas, violência, desrespeito e qualquer coisa que só cause indignação. Não te convido a concordar com tudo ou aceitar o que não acredita. Sugiro só respeitar. Vale a pena tentar!
Quem é pai ou mãe, quem é educador ou professor, também vale refletir sobre ter a certeza de que estamos ensinando as crianças para que se tornem adultos empáticos. Escola não faz milagres nem age sozinha. É a união de valores que gera a educação, o bom senso e um crescimento liberto de arrogância, egoísmo, prepotência e falta de noção.
Não espere do outro. Faça você!
Seja gentil e não espere muito em troca. Por vezes, espere sem reclamar – tanto. Antes de “fechar” o trânsito por uma vaga aguardar, pense em quem está fazendo esperar. Antes de passar na frente na fila do banco, perceba o quanto de gente lá está. Antes de acreditar que é mais importante ou usar a frase “sabe com quem está falando?” lembre-se que somos todos iguais, sem distinção. Nem melhor, nem pior. Antes de julgar e o dedo apontar, lembre-se que tudo pode mudar e o “jogo virar”.
Fazer a nossa parte já é um adianto para a humanidade. Que cada um faça o seu já ajudaria imenso. A você e ao outro.
Praticar empatia, exercitar a tolerância e respeitar o outro, sem se desrespeitar é um grande avanço para o mundo acalmar. Acalento nunca é em vão. Te convido arriscar!
Nota: Esse texto foi escrito seguindo as normas de português do Brasil.