Viver duas vezes

“Vivir dos veces “, “Live twice Love once”, “Viver duas vezes”. Escolhe o título que mais te define esta história, na língua que tiver de ser. Até porque rir é a cura de muitos males e temos que nos deliciar de forma comovente e um tanto ou quanto caricata com a história deste filme.

Algures nos segredos únicos de Espanha, vamos conhecer o Emílio, um grande professor e matemático da sua cidade. Conceituado e respeitado pelos seus trabalhos e descobertas, Emílio fazia todos os dias os mesmos passos e rotinas. Os anos passam e a idade aumenta. Deixamos de ser quem éramos e Emílio não era exceção à regra, quando é diagnosticado com Alzheimer.

Com medo de perder as suas melhores memórias (o que achava ele ser impossível, por ser quem era) , começa a ter flashbacks sobre o amor da sua vida (não, não era a sua mulher, que acabou por ser a mãe da sua filha). Um amor sobre o qual nunca teve coragem de admitir, de chegar perto, habitando assim só como imagem da pessoa. Quem nunca?

Decidiu, então, que teria de ir à procura da única mulher que amou em toda a sua vida, antes que já não se lembrasse dela. Para tal, conta com a ajuda da sua filha, que faz de tudo para ter a aprovação do pai (como se precisasse disso, mas eu a percebo), um genro sem personalidade e uma neta que é uma mistura entre loucura e sabedoria.

Durante esta aventura, terão a oportunidade de ter uma vida nova. Decisões serão repensadas, novas decisões serão tomadas e alguns imprevistos irão desmascarar a idealização que tinham sobre as suas vidas. Irá Emílio encontrar o seu amor a tempo? Depois de tantos anos será que ela ainda se lembra dele? Será, assim, possível viver duas vezes?

Este filme dirigido por Maria Ripoll mostra de uma forma realista que um amor verdadeiro (seja de que tipo for) é para sempre.

O universo é uma coisa um bocado louco e leva-nos em viagens que não têm nada a ver com o que pedimos, mas também que graça teria a vida se escolhêssemos as nossas viagens? Se realmente for honesto e verdadeiro, o universo arranja sempre formas de nos levar de volta para onde necessitamos estar.

Lembram-se das opções de escolha de títulos do filme?

Particularmente, prefiro Live twice Love once. Vivemos quantas vidas tivermos de viver, mas amores sinceros de alma? Just once.

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