Quando se fala de educação, a nossa atenção redobra, e se estivermos a avaliar o sistema de educação onde integrar um filho, então ainda ficamos mais alerta.
Diria que um dos grandes dilemas que se colocam a qualquer encarregado de educação, sempre que tenha a possibilidade de o fazer, é a opção entre ensino público ou privado, qual dos dois o melhor para os nossos filhos.
Pessoalmente sempre considerei que apesar de todas as fragilidades que o ensino público apresenta, como é de todos conhecido, é bem verdade que os cidadãos do mundo, a realidade da vida está lá, e os nossos filhos devem aprender a conviver e a socializar entre “os comuns mortais” na mesma medida em que avançam no seu modo de formação e de educação, e inevitavelmente será com eles que terão que conviver!
Certo é que, de modo genérico pelo menos, o ensino privado terá opções e vivências que os estudantes não alcançam no ensino público, mas a abertura de horizontes, o conhecimento “in loco” da sociedade em que mais cedo ou mais tarde terão de viver, está ali na escola pública, no seu processo de aprendizagem e de formação académica.
Muitas histórias se ouvem e comentam, sobre o ensino privado, e nem falo de questões financeiros, de desvios e ou branqueamentos de dinheiro. Falo muito especificamente dos métodos de ensino que sendo ligeiramente diferenciados e porventura até mais especializados, porque tendo menos alunos é mais fácil ensinar, também é verdade que os rankings muitas vezes influenciam a vinda de novos alunos ou até mesmo o bom nome dos colégios. O risco grande reside aqui, deixamos de saber se o que nos chega é de facto verdade, ou se são “verdades” trabalhadas que pretendem apenas reportar o sucesso do colégio “A” ou “B”.
Pior ainda em minha opinião é termos os contribuintes, que afinal somos todos nós, a tributar através dos nossos impostos para que o Estado apoie financeiramente estes colégios, muitas vezes sem acompanhar com rigor a gestão financeira dos mesmos.
Pergunto, não ficaríamos todos a ganhar, se o processo fosse o inverso, ou seja, quem tem capital para investir e o pretende fazer nesta área, junta-se a um agrupamento de escolas e simplesmente ajuda a melhorar o sistema de ensino local e nacional?
No meu ponto de vista o processo está invertido, não deve ser o estado a ajudar os colégios, devem ser os senhores/senhoras que se sentem capacitados financeiramente para fazer este tipo de investimentos que o devem fazer em articulação com o Estado Português, e nomeadamente com a Direção Geral do Ensino.
Lembro uma situação, quando este tema esteve muito em voga, de uma mãe que numa manifestação a determinada altura dizia: “Eu quero ter o direito de escolher o colégio onde o meu filho vai estudar”, isto a propósito da possibilidade de terminarem algumas subvenções a colégios privados, em face de informações “estranhas” que, entretanto, vieram a público.
Mais uma vez pergunto, não temos todos o direito de colocar os nossos filhos nas escolas que achamos ser melhores para eles? Então não somos todos iguais? Claro que não somos.
A questão/problema que se coloca neste tema do ensino público/ensino privado reside justamente na impossibilidade de todos podermos escolher o que achamos melhor para os nossos filhos, porque os vastos milhões que se injetam em colégios privados seriam com toda a certeza uma preciosa ajuda para a Educação Pública em Portugal.
Afinal com diria Augusto Cury:
Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.
É apenas uma questão de opinião!