A nova geração…

Muitas vezes damos por nós a pensar, sobretudo os mais velhos nesta crise de valores que assola a população mais nova, que connosco partilha o planeta.

Sim, porque eu acredito que apesar de se falar, por todo o lado em globalização, efetivamente são poucos os que assim pensam, quando vivem e decidem a sua vida.

Ou seja, quando se pensa em globalização pensamos em termos tecnológicos e/ou económicos por exemplo. Mas o que é um facto, é que globalização é muito mais do que isso, é pensar no geral e não apenas no individual. E bem sabemos do egoísmo que prolifera pelo nosso universo.

Estes jovens do século XXI são sobreviventes de uma geração que não cuidou de diversos aspetos na educação dos seus filhos, porque foram por vezes entregues a si próprios, no seio de uma família moderna que dedica muito tempo à vida laboral e, por vezes e ainda que sem essa intenção, descura a questão familiar.

E assim, o tema dos valores dispersa-se pelo meio de uma educação que se quer ampla e integrada nesta vida alucinante que temos hoje, com imensas atividades e uma vida social bastante ativa. Consequentemente, a passagem de valores foi sendo descuidada, e questões tão importantes como saber dizer “se faz favor” e ou “obrigado”, ou mesmo ensinar-se sobre o respeito que é devido às pessoas mais velhas, ou aos professores, que exercem a sua atividade como melhor sabem e por vezes podem.. tudo isto ficou esquecido.

Tenho assistido a reportagens sobre a questão do desrespeito aos professores por exemplo, que quase me assustam e me levam a pensar: ”Que mundo é este, em que os pais não ensinam os filhos a respeitar os professores”.

Contudo, quem fala de professores, fala de todos os outros elementos da sociedade que nos merecem respeito e que os pais não ensinaram os filhos a respeitar: “Porque o meu filho tem direitos!”. Dizem alguns com indignação, e diria eu: “Tem direitos e não tem obrigações? Não deverá também ele respeitar ou outros, ou será que apenas tem o direito de ser respeitado, sem ter que respeitar ninguém?”

O que sinto é que se passou de um extremo ao outro, ou seja, de repente tudo é permitido e nada fica mal. Todos têm direitos e não existem obrigações, em suma, este é um mundo sem deveres apenas a liberdade de se fazer o que se gosta!

Esta jovem geração foi empurrada para a vida na base do “safa-te como puderes” e depois logo se vê. Desde os primeiros anos de escola são confrontados com a realidade e aprendem a organizar-se, muitas vezes, mais pela companhia dos amigos do que pelas referências dos pais propriamente ditas.

E naturalmente é fácil perceber que os mais jovens de hoje vivem em plena crise de valores, em muitos casos não os têm, porque não lhes foram passados e consequentemente não os podem reconhecer.

Ou seja, não distinguem o certo do errado, e têm dificuldade em perceber que valores é que os guiam, porque se dispersam na ausência dos mesmos na sua vida diária.

Como diria Pitágoras

“Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens.”

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