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Os Gatos Não Têm Vertigens

Após a película A Bela e o Paparazzo, António-Pedro Vasconcelos regressa às luzes da ribalta com Os Gatos Não Têm Vertigens.  Uma história onde o amor não tem forma, nem idade. Todavia, será que o cinema Português tem lugar para um filme de narrativa emocionalmente forte, onde não impera a típica comédia barata e a nudez?

Nesta nova trama, musicalmente pautada por Ana Moura, somos convidados a assistir a duas realidades paralelas, que, a dado momento, se entrelaçam num turbilhão de emoções, nos pitorescos telhados de Lisboa.

Por um lado, presenciamos a dor de Rosa (Maria do Céu Guerra), de 73 anos, que enfrenta a trágica perda do seu marido e fiel companheiro, Joaquim (Nicolau Breyner). Por outro, a vida de Jó (João Jesus), um jovem que cresceu sem o afecto dos pais e que se vê obrigado, pelo seu pai alcoólico, a sair de casa, no dia em que completa 18 anos.

O “fado” de Rosa e Jó estava traçado e estas duas almas estavam destinadas a complementarem-se, contra todas as adversidades que a vida lhes impôs.  Apesar desta ligação improvável, Jó e Rosa aportam o carinho mútuo que lhes foi privado, numa simbiose nostálgica e muito humana.

Para além da própria narrativa subjacente a Jó e Rosa, em Os Gatos Não Têm Vertigens, é possível apreciar o reflexo de diversas realidades mais abrangentes, tais como a crise económica, que afecta, por exemplo, o vizinho de Rosa, que tem de voltar à sua terra natal, pois já não arranja emprego como Designer, ou mesmo o talhante que se viu forçado a encerrar o Talho, onde Rosa era cliente.

Os dramas familiares também não foram esquecidos e, um pouco por todo o filme, são abordados. Desde a quebra na relação Mãe–Filha, vivida entre Rosa e Luísa (Fernanda Serrano), até ao próprio entorno familiar de Fintas (Tiago Delfino).   Não obstante, o filme é também aliviado com alguns momentos de humor inteligente, que, de tempo a tempo, servem para quebrar o ambiente dramático em que o público se vê submerso e, ao mesmo tempo, servem para criar uma ponte anacrónica entre a relação das duas personagens principais.

Por último, é de aplaudir a brilhante interpretação prestada por Maria do Céu Guerra e por João Jesus, que nos brindam com um duo dinâmico, e demonstram a magia do cinema português, com toda a melancolia que desde séculos passados nos caracteriza, não só pelo fado, como também pela nossa própria história.

O filme estreou a 25 de Setembro e já se colocou em terceiro lugar na lista dos filmes portugueses mais vistos do ano. Não percam este retrato apaixonante que é a vida.

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