Uma nova exposição no British Museum está a ser preparada para dar a conhecer o mundo Viking, fugindo aos estereótipos criados relativamente a este povo, que deixou a região do norte germânico, entre os séculos VIII e XI, para se instalar em diversas zonas, um pouco por toda a Europa. Se estiver à procura de elmos com chifres, esta não será a exposição certa para si. De facto, em todas as descobertas de antigos elmos utilizados pelos vikings, não há qualquer evidência do uso de chifres nos mesmos. Essa terá sido uma invenção romântica do século XIX, que perdurou até hoje.
Artefactos recém-descobertos irão ser expostos, nomeadamente um barco de guerra com mil anos e cerca de 37 metros de comprimento, uma verdadeira arma de destruição massiva, armas personalizadas, armaduras e até jóias, demonstrando a influência Viking em quatro continentes. Parte do acervo é constituída pelos objectos descobertos na escavação arqueológica em Harrogate em 2007, nomeadamente várias moedas de prata oriundas de diversas partes do mundo. Contará também com a exibição de uma escultura da Valkiria, divindade ao serviço do deus guerreiro Odin, encontrada em Weymouth, Dorset.
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Gareth Williams, curador da exposição, insiste na ideia de transmitir uma visão equilibrada entre a antiga historiografia, que os entendia como invasores violentos e piratas e as descobertas dos últimos 30 anos, que demonstram um povo de colonos e artesãos pacíficos. “Se o seu mosteiro está a ser atacado, não irá ter tempo de reparar na beleza da joelharia que o seu atacante tem”, refere.
A exibição do navio escandinavo é o mote para uma visão abrangente e não apenas sobre um espaço confinado e um período estático. Pretende-se mostrar a influência Viking no mundo e, em particular, o legado deixado na Grã-Bretanha. Não se trata somente de perceber como este povo chegou até aí, mas como o impacto que causou terá perdurado, de certa forma, até aos dias de hoje.