A McLaren é mais conhecida como uma equipa de Fórmula 1 do que como um construtor de automóveis. Portanto, quando, em 1992, apresentou o McLaren F1, o mundo automóvel parou. Seguiram-se vários anos sem apresentações, ou novos modelos. Em 1999, é anunciada a parceria entre a McLaren e a Mercedes para a criação de um superdesportivo, o Mercedes SLR McLaren. Em 2011, apresenta o MP4-12C (12C para os amigos), em 2013, apresenta o P1, o sucessor espiritual do F1, e, em 2014, o 650S, “reformando” o 12C. De forma resumida, esta é a história da McLaren Automotive.
Hoje em dia, as marcas têm a “mania” de pegar num dos seus modelos de estrada e torna-lo mais hardcore, mais potente, mais aerodinâmico, mais rápido. A ideia é aproximar os modelos de estrada dos carros de corridas, tentando dar ao condutor uma ideia mais aproximada do que é conduzir um desses carros. São os chamados track-focused cars.
É assim que aparece o McLaren 675LT, uma evolução do 650S. Os engenheiros da McLaren removeram o peso a mais (o 675LT é, no total, exactamente 100 kg mais leve), melhoraram a suspensão e os travões para uma condução mais desportiva, aumentaram a potência, através do uso de componentes do motor mais leves e revistos, e melhoraram as relações da caixa. Apenas para não falar na totalidade dos escapes serem em titânio e na remoção de todos os luxos do interior. Isto tudo para culminar numa das melhores “armas” de track-day alguma vez já criadas. Porém, porquê chamar-lhe 675LT? Essencialmente, porque 675 é a potência que apresenta e LT (iniciais de Long Tail) é uma homenagem ao McLaren F1 GTR LT de 1997, o último ano em que o F1 entrou nas corridas.
No que toca à carroçaria, também esta levou um tratamento. A asa traseira, que age simultaneamente como travão aerodinâmico e como estabilizador, é maior que no 650S. Assim como os difusores traseiros e frontais, que foram redesenhados, e fabricados em fibra de carbono. As entradas de ar para o motor também foram redesenhadas, para uma melhor circulação de ar. Isto tudo para fazer com que o carro se agarre melhor à estrada. Até o interior sofreu uma dieta, usando apenas alcântara e fibra de carbono e mantendo o essencial. Nenhum detalhe escapou aos engenheiros. Nem mesmo os vidros, que são 1mm mais finos, o que permite uma poupança de peso de 3kg.
Com o 675LT, a McLaren provou que consegue chegar a níveis iguais, ou superiores aos da Ferrari, da Porsche e da Lamborghini, os tradicionais lideres deste micro-segmento. O mundo dos track-focused cars acabou de ficar muito, muito mais engraçado.