Recentemente celebrou-se mais um ano de Vida da Organização do Atlântico Norte (OTAN). Trata-se, simplesmente, da mais antiga organização de cooperação e defesa militar do Mundo Ocidental que engloba os Estados Unidos da América, um vasto grupo de países europeus e a Túrquia. A dita organização é sobejamente famosa – e bem mais conhecida – pela sua sigla em inglês: NATO.
A NATO (ou OTAN, como preferirem) foi criada no pós Segunda Guerra Mundial e teve como principais objectivos impedir que a Europa voltasse a ser palco de conflitos bélicos e que o avanço territorial e ideológico da União Soviética fosse uma realidade. Se conseguiu ou não alcançar tais objectivos, tal dependerá, a meu ver, do ponto de vista de cada um e das circunstâncias – muitas delas peculiares – em que a dita Organização actuou até à extinção da União Soviética e, por conseguinte, do famoso Pacto de Varsóvia que criou a “cortina de ferro”.
A realidade é que até aos dias de hoje a Paz tem imperado no Velho Continente que enfrentou, para o bem e para o mal, alguns conflitos regionais (sangrentos) que não se “espalharam” muito por culpa da NATO que funcionou, em certa medida, como medida dissuasora de um possível conflito armado em larga escala em solo europeu.
Contudo, há que olhar para as coisas como elas são e não como muitos querem que seja.
Tal como o Ser Humano que evolui e aprende novas formas de alcançar os seus objectivos, os países – europeus e não só – também evoluíram e aprenderam que existem muitas outras formas não violentas, não belicistas e menos dispendiosas de expandir o seu território/zona de influência. Hoje em dia – no Ocidente entenda-se – já não existe a necessidade de se recorrer a bombas e afins para se tomar conta de um Estado soberano. Para tal, basta recorrer à “asfixia económica”. Uma táctica que bem aplicada e devidamente coordenada é tremenda e “maleficamente” eficaz.
Ora, face a tal, penso que se deve efectivamente reflectir sobre a necessidade de se manter em funcionamento uma organização como a NATO que já não tem um inimigo para combater. Basicamente, o que vemos a NATO a fazer é, nada mais, senão brincar ao “soldados de chumbo” junto das fronteiras da Federação Russa e depois dar uma de virgem ofendida quando a dita Federação faz o mesmo. Isto nas horas vagas, dado que nos tempos que correm a NATO serviu, tão simplesmente, para se avançar sobre estados soberanos e criar outros à revelia da Comunidade Internacional.
Ora, como tal, e custando-me dar razão a um tolinho como Donald Trump nesta matéria, pergunto-me se fará ainda algum sentido manter-se em funcionamento esta espécie de fantasma de um passado distante que dá pelo nome de NATO (ou OTAN) que assombra o nosso presente e que poderá, por “mero descuido” ou “necessidade”, colocar em xeque a principal razão da sua existência.