O branco monótono!

Em qualquer hospital ou clínica que a gente se diriga ver uma farda branca ou uma bata branca é sinónimo de estarmos na presença de um especialista da saúde. Sabemos identifica-los, mas não sabemos quais são ou foram os critérios para a concepção da farda, apenas sabemos que é branca o que nos leva a questionar se nunca ninguém terá arriscado criar uma farda para os médicos confortável e ao mesmo tempo mais arrojada e na moda! Será assim tão difícil fazê-lo ou será um desafio de boas práticas versus arrojado?!

Contudo, voltemos um pouco atrás no tempo para entendermos melhor este tema.

Em tempos antigos a medicina era entendida não como algo benéfico mas sim como uma prática relacionada com as artes negras e que contrariava e substimava a religião, portanto os médicos da altura além de vestirem roupas casuais até envergavam o negro, principalmente porque a taxa de mortalidade era maior. Com a evolução da ciência e das condições praticadas, a medicina adquiriu outro estatuto e tornou-se numa fonte de esperança para as pessoas que a ela recorriam e o branco, que por padrão é associado ao bem, á paz e á pureza, tornou-se a cor típica das fardas de medicina. Outra razão que justifica esta cor é o facto de poder ser detectada de imediato, sujidade e até manchas de sangue, que podem contaminar outros pacientes e dar origem a infecções.

Independentemente de todos estes motivos, porque não tornar a farda dos médicos menos monótona? A farda de trabalho não deixa de ser um reflexo da personalidade de identidade em que a pessoa trabalha e ninguém gosta de ouvir: “Aquilo já não se usa!” Mesmo sendo apenas uma farda, é importante que acompanhe a dinâmica da moda sem ter necessariamente de deixar de ser confortável, até porque os especialistas de saúde devem-se sentir bem e confortáveis quando desempenham a sua função. Notamos uma variedade maior a nível da cor nos hospitais pediátricos o que tem a ver como tipo de pacientes: crianças. As crianças associam muito a bata branca do médico à dor e, por isso, existem fardas de mais cores não alterando, no entanto, o design e o estilo.

Tendo em conta que se trata de uma profissão cuja importância da higiene é elevada e portanto, determinados acessórios são propositadamente postos de lado para não intervir com os tratamentos e cirurgias, acaba por tornar monótono o design da farda. Começando por outro tipo de corte e optando por estampados mesmo sem dispensar o branco, poderia ser criada uma farda mais estilosa.

O próprio logotipo da empresa ou clínica, poderá fazer a diferença. E porque não personalizar a farda dentro dos padrões do conforto? Mais cor não retira o conforto da roupa. Porque é que as batas tão monótonas e brancas femininas, não podem ter um acabamento em renda nas mangas e na bainha? Porqué é que, em vez de batas e túnicas, não usam kimonos? Às vezes são pequenos pormenores que marcam a diferença, principalmente quando vivemos numa sociedade que dá muita importância à imagem. Os próprios gorros usados na cirurgia podem ser mais originais e estilosos, basta fazer um estampado! Imaginemos um estampado dos Vingadores ou da Betty Boop! Mantendo o branco e acrescentando pormenores com cores mais vivas, com um bolso diferente, uma faixa atravessada ou um estampado num dos lados faz toda a diferença.

Como em todas as profissões, as fardas e uniformes que são usados, também aumentaram a autoestima, o gosto em vesti-la e passam uma determinada impressão e imagem a quem é tratado. A ideia de conforto não deve ser de todo associado à falta de estilo e inovação das fardas médicas.

Share this article
Shareable URL
Prev Post

O tempo dos sonhos

Next Post

Fantasmas do passado, presente e futuro

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Read next

Sensorial – Parte I

É uma violência para o meu corpo. Dói, fere, ganha crosta. É uma ferida aberta, acreditem. Chamar-lhe outra…

E isto é Felicidade

Todas as coisas que dizes – Afinal não são verdade. Mas, se nos fazem felizes, – Isso é a…