Foi uma conversa despretensiosa. Eu estava paquerando as flores, admito. Paquero todas as que vejo como se estivesse hipnotizada. Sou como borboleta, voo distraidamente, a procurar um jardim onde pousar.
Elogiei o bouquet. Ela concordou e agradeceu. Voltou a atenção para o celular e eu, para meu romance.
Adentrei o transporte urbano coletivo, sentei, li. Estava encantada com essa nova história que diz tanto sobre mim e sobre as possibilidades de viver uma vida livre.
Notei que a menina estava no mesmo autocarro. Pediu informações ao motorista. Pensei em ajudar, mas, pouco sei também.
Perto de descer aproveitei o final do capítulo e interrompi a leitura (fico perdida quando tenho que parar no meio do próximo assunto). Ergui os olhos e vi a jovem se preparar para descer.
Ao que veio na minha direção e me presenteou com a rosa que estava na frente do seu ramalhete. Fiquei perplexa.
Uma senhora que estava de frente pra mim sorriu maravilhada. “Ela te conhece?” Perguntou-me. Disse que não. “Que simpática! Quanta gentileza!” Apenas pude concordar com um aceno de cabeça.
E assim eu percebi que Deus me respondeu através de uma desconhecida.
O Deus se fez rosa para afagar minha alma. Pela manhã, eu havia pedido um sinal, um copo de água no deserto. E veio. Em forma de flor. Inesperadamente. Do jeito que eu precisava.
Já experimentou ofertar uma rosa sem expectativas? Experimenta e depois me conta.