Os dias da nossa vida

Já nos aconteceu a todos, diria eu, aqueles dias em que acordamos sem ter vontade de sair da cama. Depois, e após algum esforço conseguimos vencer a inércia, e avançar no dia, muito devagarinho.

Saímos para trabalhar, mas fazemo-lo sem gosto, sem vontade de seguir, apenas imbuídos no espírito do não apetecer fazer nada. Até o sorriso nos custa e acontece sem vontade. Em suma, fazemos o favor de existir, ainda que não nos apeteça.

Eu já tive dias assim, e não tem que ser necessariamente durante a semana, podem acontecer também ao fim de semana, o que pode ser deveras constrangedor, porque o fim de semana deveria ser o nosso tempo de satisfação e de bem-estar.

O ponto aqui é perceber se estamos de facto a viver a nossa vida, ou apenas empurramos os dias, com a barriga, para a frente, um após outro. De que modo nos podemos motivar, de forma a não nos conformarmos apenas com o que temos no dia a dia, acomodando-nos porque não vale a pena ir mais além, deixando-nos conduzir por pensamentos derrotistas e redutores, do género “o que tenho basta-me”.

Esta é uma das linhas que separa os lutadores desta vida, a quem nada lhes chega, dos acomodados a quem basta o que têm e de nada mais precisam, é assim a vida, feita de modos de ser e de estar, completamente distintos.

“Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança.” (Albert Einstein)

Por isso, importa aqui fazer a reflexão sobre como nos podemos manter atentos e ir percebendo no caminho, as etapas que queremos ultrapassar, não para mostrar aos outros, mas para que eu me sinta mais realizado, motivado e sobretudo feliz, na minha vida e no que faço dela!

O tempo que temos é muito curto e quando dermos por ele, o melhor da nossa existência já passou, por isso, relativizar para quem dramatiza demais e abanar um pouco para que se acomoda em excesso, é necessário.

Procurar a beleza em tudo o que fazemos, um modo de nos sentirmos mais felizes a realizar o que quer que seja, a alegria que sentimos não está no que produzimos, mas no modo como o fazemos.

É o cunho pessoal que damos às nossas atividades e tarefas que as tornam específicas e únicas. Qualquer pessoa pode porventura fazer o que nós fazemos, mas se soubermos colocar no modo como fazemos as nossas atividades, uma marca própria, então, estaremos a fazer a diferença. E fazer a diferença pode significar a mudança que tantas vezes precisamos que aconteça, de nos sentirmos estimulados e realizados para sair de casa para trabalhar, pensando, hoje vai ser um dia mais agradável do que ontem. Estes objetivos ajudam-nos a estabelecer as metas que queremos alcançar, mantendo ativa a nossa auto motivação.

Já dei por mim algumas vezes a pensar, quando eu cá não estiver, de que modo me irão recordar as pessoas com quem me cruzei no caminho, colegas de trabalho, amigos e outros? Este raciocínio pode ajudar-nos a conhecer melhor o nosso propósito.

Todos os dias trabalho para ser feliz, mas também para contribuir, naturalmente dentro do que são as minhas possibilidades, para a felicidade daqueles que preenchem a minha vida todos os dias.

“A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável.” (Mahatma Gandhi)

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