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Extinção em Massa Eminente. Desta vez, a do Ser Humano.

São cinco as grandes extinções em massa, que ocorreram desde o início dos tempos. Cada uma mais catastrófica que a anterior, sendo a pior de todas a chamada Extinção K/Pg (Cretáceo-Paleogeno), que foi responsável pelo aniquilação dos dinossauros e de 60% da vida no Planeta Terra. Porém, cada uma delas teve origem ou em causas naturais ou cósmicas, como se de uma seleção natural se tratasse. Agora se eu vos disser que estamos a entrar numa possível sexta extinção em massa? A chamada Extinção do Holoceno. Holoceno vem do grego antigo: holos (inteiro) e kainos (novo), traduzindo-se para algo como, “inteiramente novo” ou “recente”. Ou seja, o Holoceno é o período em que vivemos, que se iniciou há mais de 11 mil anos, após a última era Glaciar, estendendo-se a este preciso momento.

Como se pode, então, falar de uma extinção em massa no presente? Onde está a cratera de asteroide gigante? Onde estão as dez pragas do Egipto? Não, desta vez não podemos culpar o cosmos, só nos temos a nós mesmos que culpar. A situação é tão grave que é preciso ter noção de que as espécies estão a desaparecer mais rápido do que desde o tempo dos dinossauros, há 66 milhões de anos! Pela primeira vez na História do Planeta, uma só espécie, deliberadamente, é a causa da extinção de muitas outras. Segundo o Live Planet Index (organização que compara as tendências globais nas populações devertebrados), entre 1970 e 2014, houve uma redução de 60% na população de espécies. Um espaço de uns ínfimos 44 anos, comparados a milhões de selecção natural… Se seguirmos este mesmo caminho, é previsto que, em menos de 100 anos, metade da vida da Terra estará para sempre extinta (nem precisaremos da “ajuda” de Thanos e da sua luvita
com pedrinhas mágicas…).

Felizmente, ainda existe uma mão cheia de cientistas que permanecem positivos, acreditando que ainda é possível reverter esta tendência. Sim, falamos agora de reverter a nociva acção humana: longe vai o tempo de políticas únicas de preservação. É necessário ir mais longe e, é com essa ideia em mente que, a cada dois anos, a WWF publica o chamado “Relatório Planeta Vivo”, sendo a sua última edição de 2018. Aqui podemos encontrar, em linguagem simples e acessível, quais são os planos globais e as estratégias modelo definidas pelas várias nações do Mundo: como os Aichi Targets, definidos pela CBD (Convention of Biological Diversity) e os Sustainable Development Goals, pelas Nações Unidas.

É conclusão inegável de que cabe aos países, líderes e empresas, ter em conta, nos seus planos económicos, o impacto ambiental. Já não se trata apenas de “Oh, coitadinhos dos ursos polares!”, ou “Quando eu era pequena, nadava neste rio e hoje está tão sujo, que peninha…”. Trata-se de garantir um futuro para a raça humana! Somos milhões e milhões de pessoas a viver num espaço que está cada vez mais apertado. Em 1970, éramos cerca de 3,6 bilhões, hoje somos mais de 7,5 bilhões. Há aqui um padrão claro, não? No mesmo período de tempo em que 60% da população animal era eliminada, o ser humano crescia e consumia, alastrava e destruía. Neste novo século, reconheçamos que é a superprodução a maior causa da destruição dos habitats naturais: a construção, a agricultura, a pesca, a pecuária. Com acréscimo da poluição da água, do solo e do ar, assim como, a problemática das espécies invasoras, que em Portugal temos sobre a forma do devastante Eucalipto.

Claro está que o verdadeiro impacto na mudança de paradigmas recai sobre os ombros dos líderes mundiais. Cabe-nos a nós escolhê-los bem e empregar, no dia a dia, a consciência de que tudo o que fazemos tem um impacto ambiental. O consumismo é a praga deste novo século e não sou só eu que o digo: as organizações mundiais, antes referidas, reconhecem que a demanda de uma população tão ávida por posses materiais e recursos naturais, está a deixar uma ferida aberta na crosta da Terra. É calculado que apenas um quarto do planeta, ainda não foi ocupado pela mão do Homem. Não precisamos de nos juntar à Greenpeace, ou doar o nosso dinheiro (que tanto nos custou a ganhar): para isso estão os filantropos e os nossos impostos. Basta mudarmos as acções do dia a dia, coisas simples como reciclar, consumir menos carne, evitar o plástico ao máximo, deixar hoje, o carro na garagem e tirar o pó à bicicleta, esquecida no fundo da arrecadação. Não tarda é Verão, aproveitemos o bom tempo, enquanto o temos…!

Precisam de inspiração? Informem-se, sigam os links, aqui deixados. Sugestão de fim de semana: deixem as novelas da TVI ou os filmes da Netflix de lado, só por agora, façam umas pipocas (atenção aos GMO), aconcheguem-se com uma mantinha nos joelhos e vejam um documentário. Sugiro o documentário Demain de 2015: é uma lufada de ar fresco de positivismo e esperança, para um futuro que não tem de ser tão negro, se formos nós os agentes da mudança. Fiquem também atentos ao projecto nacional  É pr’á amanhã, inspirado pelo documentário francês, que está já em fase de rodagens. Será uma série documental que nos apresentará iniciativas que estão já a fazer a diferença em Portugal, pela sustentabilidade.

Eu estou positiva de que ainda vamos a tempo. Estão comigo?

Today, we still have a choice. We can be the founders of a global movement that changed our relationship with the planet, that saw us secure a future for all life on Earth, including our own. Or we can be the generation that had its chance and failed to act; that let Earth slip away. The choice is ours. Together we can make it happen for nature and for people.

by Marco Lambertini (Director General of WWF International)

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