Ocean’s Eleven (1960) VS Ocean’s Eleven (2001)

You’re out of you’re goddamn minds!…Are you listening to me? You’re, both of you nuts! I know more about casino security than any man alive. I invented it. And it cannot be beaten.

– Reuben

O filme original de 1960 conta a história de Danny Ocean que decide juntar 11 homens (incluindo ele mesmo) que eram companheiros na Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de roubar 5 casinos de Las Vegas em simultâneo, com a promessa de lucro de 1 milhão de dólares para cada um. O filme de 2001 , conta a história de Danny Ocean que acabado de sair da prisão decide juntar 11 homens (incluindo ele mesmo) para roubar 3 casinos de Las Vegas, e assim fazer o maior assalto alguma vez feito na história.

É muito interessante, ver estas duas histórias semelhantes em premissa e em propósito com com mais de 40 anos de diferença, o que acaba por espelhar a evolução do cinema e da forma de relatar acontecimentos. Muito resumidamente penso que ambos os filmes são competentes e têm o seu charme. Acho que o filme de 2001 consegue ser superior ainda assim, fazendo uma boa utilização da premissa original e adaptando-a de uma forma muito natural ao novo século. São dois filmes com bons elencos, boas histórias, finais distintos e aspectos curiosos. Ainda assim, acho que são os dois merecedores de uma vista de olhos por todos e acho uma experiência enriquecedora para quem gosta de cinema fazer este exercício de ver original e remake e compará-los.

* CUIDADO COM SPOILERS *

Falando mais abertamente e especificamente sobre um filme e outro, o primeiro filme de 1960 é composto por atores e cantores de primeira classe, o grupo que ficou conhecido como “Rat Pack” formado por Frank Sinatra, Sammy Davis Jr. , Dean Martin, Joey Bishop e Peter Lawford  estão na sua melhor forma neste filme de esperta premissa e simples execução . A personagem de Danny encaixa bem em Sinatra, como a mulher tão eloquentemente o define “Tu nunca poderias amar uma mulher da mesma forma que amas o perigo”, e isso define Danny Ocean numa frase.

A primeira parte do filme é bem construida tentando mostrar cada um dos homens “recrutados” para o trabalho e a razão pela qual cada um quereria arriscar tanto para ganhar tanto, a partir dessa primeira hora o filme ganha mais acção porque começamos a ver os 11 homens a trabalhar em conjunto, e a forma como Danny explica aos seus parceiros o plano e como ele prevê todas as contra argumentações de cada um é resultado de uma excelente escrita e a forma como cada um deles têm uma função essencial para tudo correr bem deixa o resto do filme com bem mais intriga.

O final acaba por ter a função de ser uma ironia poética do destino e resulta muito bem com o resto do tom do filme. Resumidamente, um filme simples mas que é competente em todos os aspetos e deixa um sabor de justiça no final. 7/10

Quanto ao seu sucessor, sendo um remake do filme feito 40 anos antes, é admirável como este consegue manter a mesma premissa e apenas mudando pequenos detalhes consegue torná-la super atual , a tecnologia de segurança é muito mais avançada em 2001 do que era em 1960 mas isso só dá mais material ao filme para trabalhar e consegue fazê-lo bem.

George Clooney é a escolha perfeita para o papel de Danny Ocean, o charme, a serenidade e a leve malícia no olhar fazem com que na minha opinião supere a atuação de Sinatra no original, todo o restante elenco é bem escolhido com especial atenção para Brad Pitt como braço direito de Danny e também de Matt Damon como o “outsider” inexperiente que é escolhido como 11º elemento.

O ritmo do filme é bastante diferente do de 1960 e isto é uma amostra da evolução dos filmes, embora ambos tenham praticamente a mesma duração (2h) , no filme de 1960 quando estamos a chegar a uma hora de filme o plano está pela primeira vez a ser explicado a todos os homens e eles estão pela primeira vez juntos, neste filme com meia hora passada já todos os homens estão a par do plano e já todos se conheceram, eu pessoalmente prefiro a abordagem deste filme, porque distribui o filme de maneira a dar maior relevância ao assalto em si e a como vai ser executado do que à história de fundo dos seus 11 homens que à parte de um ou dois casos não é assim tão relevante para o que acontece depois. Outra escolha que este filme faz que o superioriza ao anterior é o foco no vilão, Andy Garcia faz um trabalho muito competente e a introdução de Julia Roberts como um objetivo colateral de todo o plano torna toda história mais suculenta.

O final não tenta espelhar o final do primeiro, o que é sempre bom em remakes. Filme com estilo, diálogo esperto e rápido e com atuações bem conseguidas acho que supera o filme de 1960, respeitando a premissa criada.  7.5/10

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