O homem que inventou o Natal

“O homem que inventou o natal” (V.P.), de Bharat Nalluri, abre-nos a porta para o mundo mágico da criação. Foi lançado em Novembro de 2017 e é sobre um dos maiores escritores inglês da era vitoriana: Charles Dickens.

A maior parte da acção acontece em Londres, nos últimos meses de 1843, dois anos depois da publicação do livro Oliver Twist. Charles está em dificuldades criativas e, por muito que se esforce, as páginas do livro que deviam estar preenchidas continuam em branco. Este bloqueio criativo agrega evidentes problemas financeiros que tem dificuldade em admitir, quer a si próprio, quer à família.

E é aí que tudo começa a acontecer: Charles começa a misturar o mundo real com o da imaginação. Desta união, surge a personagem principal: Sr. Scrooge, um homem avarento que detesta o Natal.

À medida que as outras personagens vão sendo criadas  e  vai sendo delineado um enredo, damos-nos de conta como podemos ser inspirados em pequenas coisas do nosso dia-a-dia, nas conversas que consideramos banais e até na nossa própria história.

É curioso assistir à criação de cada personagem. A inspiração, as ideias e a criatividade podem dar de si em qualquer momento, mas neste filme, tudo é composto de forma a interligar o passado, o presente e o futuro.

Num certo ponto, a fábula começa a tomar conta de si mesma, e o escritor não consegue colocar o ponto final que o satisfaça pois, a pressão que coloca em si mesmo é tão grande, que chega a interagir com as personagens que querem decidir o seu próprio destino.

Para Charles Dickens construir a obra que hoje conhecemos como “Um conto de Natal”, teve que desconstruir a sua vida para que pudesse vencer os seus próprios traumas e conseguir que tudo fizesse sentido. Só aí é que concretiza o seu maior desejo: que o seu livro esteja à venda antes do Natal.

E foi a 19 de Dezembro de 1843 que “Um conto de Natal” por Charles Dickens foi editado pela primeira vez, em menos de 2 meses o autor conseguiu escrever uma das suas mais célebres obras. Fantástico, não é?

Para finalizar, gostei bastante de um pequeno detalhe: uma referência a um próximo livro que foi publicado pela primeira vez em 1850, imaginam qual seja? Está previsto a sair um filme em 2020. Espero que goste tanto como deste.

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