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Oscars 2023 –Tudo? Em todo o lado?! E ao mesmo tempo?!!

Chegou a altura do ano em que celebramos os melhores filmes do ano que passou e embora várias cerimónias façam muitas distinções ao cinema, ainda nenhuma chegou ao prestígio e glamour dos Óscares.

Por isso, passo agora a fazer uma sintética crítica aos 10 filmes que estão nomeados para Melhor Filme, seguido de uma previsão às que considero ser as principais categorias, ordenando esta análise pela minha preferência pessoal:

The Banshees Of Inesherin

Observamos a história de dois homens, Pádraic (Colin Farrell) e Colm (Brendan Gleeson) e as surpreendentes consequências que acontecem quando um deles decide acabar com a amizade de forma abrupta. Para além das duas atuações principais serem exímias, a banda sonora e a cinematografia deste filme são um prato cheio para degustar a cada minuto da história. A originalidade de vermos os efeitos da solidão e de analisarmos o que pode acabar de uma forma genuína com uma amizade é um dos grandes trunfos também. Não foi o meu filme favorito do ano, mas foi o meu favorito dentro dos que estão nomeados para melhor filme.

The Fabelmans

Conta a vida de Sammy Fabelman (Gabriel LaBelle), um jovem que cresce com uma devoção ao mundo do cinema enquanto tenta lidar com dramas familiares. Um fantástico filme que serve de forma muito fiel como uma autobiografia para o realizador Steven Spielberg. Uma carta de amor ao cinema em que as atuações são muito boas e tudo é muito bem construído para contar uma história simples mas muito eficaz de como os filmes eram feitos. No plano de representação o destaque é Michelle Williams que passa sempre um sentimento de incerteza e instabilidade. Também adorei Paul Dano que acho que teria sido merecedor de uma nomeação para melhor ator secundário.

Top Gun: Maverick

Embora possa ser discutível se este filme é a melhor sequela de sempre, acho que não pode ser discutível que foi a maior surpresa do ano de 2022. Grande parte das pessoas não dava “2 tostões” por este aparente “cash grab” que parecia só querer capitalizar na nostalgia do primeiro filme e fazer algum dinheiro com isso. Tom Cruise regressa como Pete Maverick, desta vez como o “mentor” e o ator mostra que com persistência e prática tudo pode roçar a perfeição. O filme tem um adrenalina e realismo como não me lembro de ver num filme de ação. A cinematografia é imaculada e a banda sonora que utiliza pedaços do filme original resulta muito bem. As atuações dos atores mais jovens são todas muito competentes.  Como disse Spielberg, “Tom Cruise e Top Gun salvaram o cinema”.

Everything Everywhere All At Once

Considerado por muitos o melhor filme do ano e o favorito a ganhar a estatueta mais desejada, este filme é intenso, divertido, profundo e acaba por tocar em todos os géneros de cinema com uma narrativa demasiado preenchida para o seu próprio bem. Conta a história de Evelyn (Michelle Yeoh), uma mulher que se vê perante várias realidades paralelas e tem a responsabilidade de salvar todos aqueles de quem gosta. O que faz o filme resultar é também o que faz ele não resultar por vezes e falo da sua diversidade de géneros e “realidades”. O elenco secundário é muito bom. O filme pode levar muitas estatuetas aproveitando também o posicionamento inclusivo da academia que agora parece dar uma vantagem “extra” a todos os filmes em que o tema seja homossexualidade, racismo, preconceitos de todas as espécies (Exemplos: Moonlight, Green Book e CODA) incluindo o retratado neste filme de se tratar de um família estrangeira.

All Quiet On The Western Front

Paul (Felix Kammerer) é um jovem alemão que juntamente com os amigos decide ingressar entusiástica e voluntariamente na Primeira Guerra Mundial, até experienciar o terror na primeira mão. Um filme muito competente, que ganha acima de tudo pelo realismo das cenas de ação e pela cinematografia irrepreensível. Muitos foram os filmes de guerra que nos últimos anos tiveram sucesso nas bilheteiras e com os críticos, entre eles O Herói de Hacksaw Ridge, Dunkirk, 1917 e Jojo Rabbit, todos eles à sua forma e estilo lidam com o mesmo tema, a forma como milhares senão milhões de vidas são perdidas de forma algo inglória para a Guerra. Este filme não é exceção, e embora ache que na cinematografia e na veracidade das cenas de guerra efetiva este supere todos esses, existem outros fatores que puxam o filme para baixo. Considero mais uma vez que estando nomeado para Melhor Filme invalida um pouco a nomeação para Melhor Filme Estrangeiro.

Avatar : The Way Of Water

Mais uma sequela nesta lista, e mais uma ótima surpresa. Embora não ache que supere o filme original, Avatar: O Caminho da Água consegue reinventar a premissa original do primeiro filme e dar-lhe um novo ambiente, neste caso concreto o mundo aquático. As personagens são bem trabalhadas, existe um claro foco no filho mais novo mas sempre com tempo para desenvolver todos os outros os filhos com a exceção de um que só tem um propósito (que quem vir o final sabe qual é). O “único” humano que está constantemente em cena não é o melhor ator mas não estraga o filme. Os efeitos especiais são mais uma vez de deixar qualquer um com queixo caído e é sem dúvida mais um triunfo de James Cameron.

Elvis

Conta a ascensão de Elvis Presley no mundo da fama e o seu caminho para se tornar um dos maiores ícones da música em todo o mundo. Um filme muito competente e completo que me surpreendeu pela positiva, ainda que caia em todos os habituais clichês de uma biografia de um cantor que ascende à fama e experiencia depois uma queda causada pelos seus vícios. O melhor aspeto deste filme é sem dúvida Austin Butler, não consigo mesmo imaginar um outro ator que pudesse ter feito o papel de uma forma mais real e colada ao original e se fecharmos os olhos acreditamos mesmo que é o Elvis que estamos a ouvir. Tom Hanks é muito bom também e para além da maquiagem, o próprio ator transformou-se na representação, uma coisa que nem sempre acontece. O filme é bem executado, um pouco longo demais (como todos os filmes de atualidade) mas ainda assim preencheu bem toda a sua duração.

Triangle Of Sadness

A história de um grupo de pessoas que ficam presas numa ilha deserta depois de um navio luxuoso afundar. Super interessante com alguns defeitos de ritmo e montagem. O filme começa com cenas sobre moda (que dá origem ao título “Triângulo da Tristeza”) e também uma discussão com o nosso casal principal sobre quem vai pagar a conta. Isto estabelece desde cedo quais os “problemas” de uma sociedade de elite em que todos são ricos. O filme é pontuado por uma série de cenas aleatórias com uma sátira clara à alta sociedade, tudo culminando na épica cena de jantar que é normalmente usada para publicitar o filme. É um pouco arrastado por vezes mas a forma como descreve os “shifts” de poder em diferentes cenários é interessante e o seu humor único.

Tár

Mostra-nos uma jornada na vida de Lydia Tár, uma das mais famosas maestro em todo o mundo que começa a ter problemas tanto no trabalho como na vida pessoal pela sua irreverente forma de ser. Um filme mediano com uma atuação muito boa no centro de tudo. O filme na sua primeira cena mostra o tom que vai ter, um tom seco, algo arrastado e monótono, com muito espaço para um quase monólogo de Lydia sobre os diferentes maestros e tudo com muita exposição para o espectador, depois temos uma sucessão de cenas parecidas com muito diálogo e teorias de Lydia. Cate Blanchett é exímia, como é habitual, mas acho que este filme é a prova viva que uma excelente atuação não faz um excelente filme. A forma como a história é contada é algo convoluta e não parece existir um verdadeiro propósito para tudo aquilo.

Woman Talking

Retrata um grupo de mulheres de uma comunidade conservadora que se juntam para decidir se devem lutar pelo seu lugar ou fugir perante os possíveis ataques dos homens. Um filme medíocre que se torna monótono por não ter mais “sítios para se mover”. Eu tinha uma ótima expectativa para este filme, as atrizes são muito competente e a premissa era interessante. No entanto o filme perdeu-me pois não parece ter material para um filme de quase duas horas (que até é um tempo relativamente curto). As personalidades das mulheres são bem vincadas mas as suas posições sobre se devem “ficar e lutar” ou “abandonar e desistir” tornam-se muito repetitivas depois da primeira meia hora. A paleta de cores do filme é intencionalmente quase apagada, dando uma sensação de “quase preto e branco” e embora gostasse da escolha parece que tornou tudo ainda mais aborrecido.

Previsões para os Óscares 2023

Melhor Filme Estrangeiro:

All Quiet On The Western Front – Não há sequer discussão.

Melhor Filme de Animação:

Guillermo Del Toro’s Pinocchio – O filme mais falado no campo da animação, deverá ser também aquele que vai levar a estatueta para casa.

Melhor Argumento Adaptado:

Sarah Polley (Woman Talking) – Embora este filme não seja merecedor na minha opinião e o “All Quiet On The Western Front” seja bem mais interessante na sua adaptação, acredito que Sarah vá ganhar este prémio.

Melhor Argumento Original:

Martin McDonagh (The Banshees Of Inesherin) – Infelizmente acredito que possa ser dos únicos prémios desta belíssima obra, mas não acredito que fuja para Todd Field que com “Tár” é a maior concorrência.

Melhor Ator Secundário:

Ke Huy Quan (Everything Everywhere All At Once) – É normalmente o primeiro prémio da noite e acredito que a noite vá começar como vai acabar: com um prémio para Everything Everywhere All At Once. Ke Huy Quan é muitas vezes o coração do filme, ainda que a minha preferência nesta categoria fosse Brendan Gleeson.

Melhor Atriz Secundária:

Kerry Condon (The Banshees Of Inesherin) Angela Basset em “Black Panther: Wakanda Forever” é a grande favorita (e provavelmente vai vencer), mas vou apostar numa surpresa e aquela que é uma das melhores personagens do ano, Siobhán.

Melhor Ator Principal:

Brendan Fraser (The Whale) – É, sem dúvida, uma corrida a dois, e embora o histórico nos indique que Austin Butler leve esta categoria (tal como Rami Malek, Eddie Redmayne, etc) creio que desta vez Hollywood já enjoou de dar sempre estes Óscares irem para quase “imitações” de pessoas reais. Brendan poderá ser uma lufada de ar fresco pelo impacto que trouxe nos espectadores e na academia.

Melhor Atriz Principal:

Cate Blanchett (Tár) – Michelle Yeoh pode fazer comichão mas não acho que vá ser suficiente para tirar o prémio da “queridinha” dos Oscares, Cate. Embora Ana de Armas esteja ótima no péssimo filme Blonde, acredito que Cate vá vencer e merecidamente.

Melhor Realizador:

Steven Spielberg (The Fabelmans) – Mais uma vez não estou a ir para o favorito, sendo que a dupla de Daniel’s que realizou “Everything Everywhere All At Once” são os mais apontados para esta categoria. Acredito que a academia vai premiar o excelente trabalho de Steven e ao mesmo tempo premiar a sua obra.

Melhor Filme:

Everything Everywhere All At Once – Não é daqueles anos em que a resposta é óbvia e tanto “The Banshees Of Inesherin” como “The Fabelmans” podem surpreender, mas se tudo correr como o cenário se apresenta, prevejo que a noite acabe com a maior estatueta neste filme original e único.

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