Com a evolução do mundo a uma grande velocidade, o futuro não é amanhã, é já hoje.
Desde que o Homem se reconhece a si mesmo e tem consciência do mundo que o rodeia, que há competição. Esta, é sem dúvida, uma das capacidades que nos continua a fazer evoluir. No bom ou no mau caminho isso dependerá, essencialmente, do ponto de vista e das experiências de cada um.
A meu ver, um dos objetivos primordiais da nossa espécie é ter mais e melhor. Para mim, é uma verdade transversal a qualquer aspeto da nossa vida. Seja ele, mais espiritual ou mais material, o nosso conforto, o nosso bem-estar, físico ou emocional depende sempre – numa medida maior ou menor – da nossa capacidade intrínseca de precisarmos de ser ou ter mais. Posto isto, deixemos de lado os julgamentos sobre o que é bom ou mau e tentemos ser o mais objetivo possível na análise á construção que fazemos da nossa maneira de viver, da nossa sociedade no fundo.
Na minha perspetiva, vejo a sociedade atual como sendo algo que nos tenta encaixotar, a todo o custo, para que possa rotular e seguir em frente. Pois, na verdade, o que se pretende não é compreender nada nem ninguém, seja em que circunstância for. Isso levaria demasiado tempo a executar, para além disso, que bem é que faria? A quem é que aproveitaria tal coisa? Mais importante que isso é o caminho individual de cada um. Aquilo que podemos e devemos querer alcançar.
É evidente a generalização que fiz acima, mas seria incapaz de descrever com pormenor todas as nuances que o ser humano tem. Portanto, sirvo-me deste exemplo para ilustrar, não uma visão negra da realidade, mas antes na análise do nosso propósito enquanto indivíduos que fazem parte dela. Assim, somos diariamente testados, quer nos nossos princípios, nos valores e sobretudo, penso eu, na nossa interação com o outro, no fundo, no fundo da nossa capacidade de sermos empáticos. Tudo isto nos leva por caminhos diferentes, mas a meu ver, numa direção geral, cada vez mais egoísta, egocêntrica e catastrofista. Pela positiva, temos a globalidade do sentimento de pertença, a mundividência cada vez maior de uma fatia cada vez mais vasta da população. É uma espécie de pick your poison se quisermos.
Avaliando todas as facetas desta nossa construção sociológica posso dizer que as questões mais pertinentes para os próximos tempos se centrarão no trabalho e realidade virtual.
No trabalho, porque vamos assistir a uma transformação em várias vertentes, quer seja nas condições de trabalho, ou seja, o teletrabalho e o trabalho remoto, nas questões da produtividade, ou seja, tratar da automação de um número crescente de postos de trabalho nas mais variadas indústrias, o salário e a sua progressão, para poder acomodar um estilo de vida mais moderno e exigente, enfim uma serie de fatores que vão mudar a forma como vivemos e encaramos a nossa vida.
Seguindo esta linha de raciocínio, penso que, tal como muitas outras pessoas estou ansioso para saber em que direção iremos. Vamos na direção do início do Matrix, em que somos mansamente dominados pelas máquinas e pela guerra com uma ausência de esperança em que só uma falha nos poderia salvar ou mais na direção de um filme como Elysium, em que apesar da luta de classes ainda podemos ser utópicos e acabar por colocar a melhor tecnologia de sempre ao serviço de todos aqueles que precisam, sem que seja necessário qualquer filtro por parte dos Homens. Eu penso que a realidade do caminho que será feito por todos nós será algo no meio deste larguíssimo espectro, não sei se é um raciocínio lógico ou pragmático ou se é a minha esperança pessoal.