O que nunca nos explicaram na escola é por que razão tudo tem que ter um fim e porque é que depois de um adeus sempre ficamos tristes. Ninguém ainda encontrou nos manuais da escola uma explicação para a dor de uma partida e por isso crescemos a sonhar que a eternidade se poderia plantar no mesmo jardim onde crescem as flores que conhecemos pelo nome e que julgamos que estarão sempre ali para dar cor aos nossos dias.
Vivemos uma vida inteira embrulhados na magia dos sonhos, que começamos a plantar ainda em crianças e carregamos tanto sentimento no coração, mas apesar de tudo isso um dia, quando menos esperamos, alguém resolve partir sem antes nos avisar de que o fim está para chegar. É nesse momento que a vida nos mostra que nem tudo é tão perfeito como aquelas lindas rosas que dão beleza e cor ao nosso jardim. Descobrimos da pior forma que tudo o que nos (re)veste tem espinhos e que eles estão espalhados pelo chão que todos os dias pisamos. Olhamos à nossa volta à procura do sofrimento convictos de que o poderemos arrancar de uma vez por todas pela raiz e a vida diz-nos que o bem e o mal estão misturados e que temos que aprender a conviver com eles.
A vida ensina-nos que é preciso olhar para o terreno que os nossos pés pisam para percebermos que o bom nem sempre está visível e que o mau por vezes se disfarça para nos tentar enganar. Temos de ser nós a escolher por onde queremos caminhar, sem termos medo de arriscar e desejando que aquela seja a escolha mais acertada. A vida obriga-nos a abrir os olhos e aceitar que tudo o que existe tem um prazo de validade e não adianta sonhar com a eternidade porque ela é uma fantasia que criamos para que tudo nos pareça perfeito.
Talvez seja preciso passar por todos estes momentos sem cor para que nos mentalizemos de que nada é infinito e que um triste adeus não é o fim de uma vida. Temos que aprender sozinhos que nem sempre teremos tudo o que queremos e que os sonhos por vezes nos fogem por entre os dedos das mãos.
Nada nos pertence. A felicidade são gotas coloridas que se misturam com a chuva da vida e quando a tempestade passar resta-nos reconstruir tudo o que o vento derrubou, para que a vida não pare e o amanhã nos faça sentido, mesmo que estejamos sozinhos.
São essas duras lições que a escola não nos ensina e que é a grande mestre vida que nos irá obrigar a entender.
O fim existe é não sinónimo de eternidade e a despedida é um espinho disfarçado de rosa para o frágil coração de quem só aprendeu a amar. As lições da vida não se aprendem na escola onde nos ensinam a ler e nos ocultam que por vezes também vamos sofrer. A escola não nos prepara para compreendermos que no meio de todas aquelas palavras que aprendemos existem algumas que só o tempo nos irá ensinar a traduzir, quando uma dor nos gritar no peito e não soubermos o que dizer para a consolar.
A escola ensina-nos a ler, mas não nos prepara para a vida. São as quedas que o destino nos obriga a dar que nos ensinam a crescer e a não chorar pelo que passou e não vai voltar. O fim é uma realidade para quem tem que aprender a olhar para o horizonte sem se esquecer de que um sorriso nos dá força para continuar a lutar pelo futuro que queremos abraçar.