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Livros para Relaxar – do Grupo PORTO ED.

Com os livros somos livres. Nunca é demais ler. Ler para aprender, ler para melhor, ler para mais conviver, ler para travar a ignorância e o desconhecer. Ou apenas ler, não tendo outra coisa a fazer!…

Nesta décima primeira crónica literária, revisitamos mais alguns títulos do Grupo PORTO EDITORA.

Morro da Pena Ventosa, de Rui Couceiro

O encantamento deste livro começa logo pela beleza da capa. Ainda para mais quem é da Cidade Invicta, não tem como não ficar rendido e o apetite à leitura é logo conduzido. Uma história que se passa, sobretudo, lá no alto da Sé do Porto, e que logo no seu começo diz para o que vem: “Fantasiar é uma inescapável necessidade”. Seja sobre o que for.

Nela, não escapam os sibilos do vento e o tremor do chão; ora a realidade ajardinada e o presente decepado, ora o inevitável e o passado desembrulhado; o fim das noites ágrafas e as notas com que se tocam os dias; a máquina do tempo, as cartas banais, as lembranças e um segredo; o chá de cidreira e a fruta da época, bem como as côdeas com açúcar e canela; uma dor tão pequena e a vida guardada; as reuniões de homens-bons, o desejo e o corpo lançado; o rezar na Sé e a igreja dos Grilos, uma ilha no Porto e o Bairro do Cruzinho – com uma referência honrosa ao “mestre Germano” (como lhe trata o autor, relativamente a Germano Silva, um dos melhores conhecedores e divulgadores do Porto a par de Hélder Pacheco), que inspirou Rui Couceiro a “desejar fazer aquilo que hoje faço” –, a entreajuda dos vizinhos e o toque da campainha, além da saída do povo à rua; tanto o Fulminantes como o Nevadas, o “são” Belarmino e o Cristiano, o Sr. Basílio e a Luísa e, mais ainda, as senhoras da Foz e o Sarabando e, não menos, o Ideias e O-da-Pastinha e a Dina Carquejeira; as águas encanadas, a água de rosas e água batismal; as tripas feitas coração e as tábuas do nosso chão.

Também não faltam narrativas que nos prendem quanto à sagrada batalha e ao carro do avô, ao espaço incógnito e à dureza dos crânios, aos onze dias e à noite que arrancou o olhar, às arrumações e à fonte seca, à questão de sobrevivência e aos baldes e bacias nas varandas, ao improviso e desenrascanço e ao desânimo, à guerra das Alfaias e ao tricotar pensamentos, ao estado de emergência e à esperança, aos dias mais loucos e ao pulsar das festas e ao milagre de S. João e muito mais. Portanto, esta é uma homenagem que este escritor e editor da Bertrand presta ao Porto, ao rio que o banha e às suas gentes. Um livro da Porto Editora, com 382 pp.

Meditações, de Marco Aurélio

Estamos perante um guia clássico do Estoicismo para os desafios de hoje, diante de pensamentos de um ótimo chefe do Império Romano, um grande líder da História, que se dedicou ao estudo e à reflexão filosófica. O livro, admirado por muitos líderes e pensadores, é reflexo disso mesmo. Aborda as suas raízes familiares; as lições que aprendeu e que, por sua vez, ensina; as opiniões e visões de outros filósofos antigos; reptos para a vida – “não desperdices o que te resta da vida em considerações sobre os outros quando isso não contribui para o bem comum”; as virtudes, a lei e o poder, o destino e a morte, a meditação e a arte, a razão e a alma, a natureza das coisas e o universo, o coração e o sofrimento, o vício e o futuro, etc. Portanto, esta obra – baseada em vários diários deste imperador do séc. II d.C. – serve como aperfeiçoamento pessoal e, como consta na contracapa, “um guia intemporal sobre o poder da resiliência em tempos de adversidade”. Um livro da Ideias de Ler, com 215 pp.

Pensar depressa, dizer o que interessa, de Matt Abrahams

O autor é anfitrião do podcast «Think fast, Talk smart», desafiando-nos ao modo de ter sucesso quando se é posto à prova. A obra divide-se em duas partes. Na primeira, é abordada a metodologia que dá nome a esta publicação, através de seis etapas para falar com espontaneidade. São elas: 1., a calma – “dominar a ansiedade”; 2., o desbloqueio – “maximizar a mediocridade”; 3., a redefinição – “cuidado com a sua mentalidade”; 4., a escuta – “não faça nada… fique aí!”; 5., a estrutura – “estruture a sua espontaneidade”; e 6., o foco – “a palavra-chave do discurso espontâneo”. Na segunda parte, são apresentadas seis aplicações para falar com inteligência: 1., conversas de circunstância com grandes resultados; 2., brindes que seduzem (bem como homenagens e apresentações); 3., fazer com o que o discurso seja (im)perfeito; 4., fazer sensação com as sessões de perguntas e respostas; 5., um feedback que não falha; e 6., os segredos para pedir desculpa. No final, no epílogo, apresenta tanto uma grelha com estruturas a utilizar em situações específicas, bem como um código QR que direciona para uma página web com material novo. Um livro da Ideias de Ler, com 263 pp.

O Mindset do Sucesso, de Lewis Howes

“Liberte o poder da sua mente e vida da melhor forma” é o subtítulo deste livro, que nos desafia, através de inovadoras tomadas de consciência, a reescrever o passado para que o futuro seja excelente e abundante, já que “a excelência está dentro de si. É hora de acordá-la”. A obra está disposta em 18 capítulos agrupados em quatro etapas. Antes da etapa 1., indica-nos a correr atrás do sucesso, onde está a alternativa. Na etapa inicial – sobre o inimigo do sucesso – conduz-nos a perder de vista a sua missão significativa. Depois, na etapa 2. – referente aos obstáculos do sucesso –, apresenta-nos três medos (fracasso, êxito e crítica), a insegurança como o assassino dos sonhos e o kit de ferramentas de conversão do medo. Por conseguinte, chegamos ao mindset do sucesso na etapa 3., a partir da cura do passado, do encontro com a sua identidade e do ciclo do mindset-em-ação. Por fim, eis a etapa como estratégia para o sucesso. De que forma? Por via destas sete pistas: faça perguntas corajosas, dê permissão a si mesmo, aceite o desafio, defina os seus objetivos de sucesso, recrute apoio, faça o que tem de ser feito, e comemore: eu sou suficiente! Um livro da Albatroz, com 318 pp.

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