Diz-se por essência o que constitui o “ser” e a natureza das coisas, o que há de mais puro e subtil nos corpos.
Na minha opinião, essência é todo um conjunto de crenças, valores e ideais que adoptamos ao longo da nossa vida e que formam a nossa personalidade.
Sempre que tomamos decisões que não são as que queremos e sim o que esperam de nós, há um pouco da nossa essência que morre.
Sendo mulher sinto que por vezes é muito difícil ser fiel a mim mesma. A família, amigos, social, todos esperam que correspondemos de alguma forma às expectativas e projecções que criaram a nosso respeito e, quando isso acontece, acabamos por permitir que o outro interfira na nossa vida de forma contundente.
A mulher é um ser, com todas as suas particularidades e complexidades, cheia de hormonas que regulam seu humor e que lhe concedem a sua feminilidade. E acreditem que nem sempre é fácil lidar com a nossa revolução hormonal. À parte disto, ainda temos que lidar com as expectativas sociais em relação a nós, e sobretudo com a falta de empatia e projecção desmedida.
Conheço casos de mulheres que se limitam a “sorrir e acenar”, porque simplesmente é mais fácil não estar a perder tempo a dar explicações ou a defender os seus próprios ideais.
Segundo a minha opinião, vivemos numa sociedade padronizada e sempre que alguém diz ou faz algo que não corresponde ao padrão, consideramos que a pessoa em questão tem um problema gravíssimo. Vejamos um exemplo muito simples: imaginem que conhecemos um casal que partilha a mesma casa, mas que decide por uma questão de bem-estar, dormir em camas separadas. A primeira reacção seria: A relação está péssima. É uma relação de fachada.
A maioria não pensa por exemplo que o casal dorme separado, porque o homem ressona muito e a mulher tem um sono leve e que decidiram dormir separados para que ambos não passassem anos da sua vida a dormir mal.
Também oiço muitas mulheres dizerem que preferem sexo casual a sexo com compromisso e que, por isso, pagam o preço de serem rotuladas da pior forma possível. Porém, se for um homem a dizer isto, não há problema nenhum, aliás, passa a ser visto como garanhão.
Confesso que vivi durante muitos anos sem estar conectada com a minha essência, mas com o passar dos anos paguei um preço muito elevado. A depressão e os ataques de pânico começam a fazer parte da rotina diária e até que tenhamos consciência de que a nossa infelicidade é da nossa inteira responsabilidade, já atingimos uma infelicidade interna tão grande que acreditamos que a vida é mesmo assim é que é preciso fazer o correcto para os outros, porque se eles dizem que é o certo obviamente que o “mal” está em nós. É triste… mas deparo-me com esta realidade diariamente.
Um dia acordamos e sentimos que a nossa realidade não é a que gostaríamos e acreditem que embora no início o medo de ser feliz nos impeça, aos poucos e com uma mudança de cada vez, a magia se vai fazendo.
Vamos percebendo o que é nosso de verdade e deixamos de dar ouvidos ao que os outros esperam de nós. A culpa de ser feliz vai abandonando o nosso ser e entramos em contacto com a nossa essência.
Estar em conexão com a nossa essência é maravilhoso, acreditem!
Começamos a aceitar cada parte de nós de forma tão preciosa e tão leve que a opinião dos outros passa a ser isso mesmo: apenas uma opinião. Aprendemos a dizer “não” e começamos a respeitar cada fibra do nosso ser. Escolhemos quem queremos ter junto de nós e passamos a ter empatia por quem nos rodeia e a respeitar a forma de ser de cada um. A verdadeira magia acontece, porque em todos os desafios descobrimos sempre um lado positivo e damos por nós a sorrir sempre que algo nos desagrada, porque compreendemos que é fruto do nosso ego e não da nossa mente.
Para a mulher nem sempre é fácil colocar toda uma série de expectativas de parte. Esperam que sejamos mães, esposas, profissionais, donas de casa e por aí fora. Muitas vezes entramos nesta “teia” de ideais dos outros e aliando isto à nossa revolução hormonal não é tarefa fácil.
Mas aqui o importante é respirar fundo e perguntar: “o que é de facto importante para mim? O que me faz feliz?”
Basta que sejamos honestas e verdadeiras para nós mesmas em relação à resposta e a magia acontece.
Ser mulher é ser encanto, amor, beleza, alegria, desorientação, sonho e amor. Lutem pela vossa essência interior porque não há no mundo um perfume tão apelativo como a essência de uma mulher feliz!