Cruella Cruel, Cruella Cruel
É mais traçoeira do que uma cascavel
Em suas veias só circulam fel
Cruella, Cruella
Em suas veias só circulam fel
Cruella, Cruella Cruel
Era assim a música do desenho animado da Disney, de 1961.
Cruella era uma vilã má, que tinha tudo o que queria e assustava as criancinhas.
Mas agora com a febre dos live-actions e o interesse em humanizar vilões, a Disney lançou recentemente o filme “Cruella”, com Emma Stone, que está sensacional no papel principal.
***Resumo (com spoilers) e opinião***
“Cruella” tem excelentes atuações, a história é boa e a produção é de arrasar! Contudo, na minha cabeça, vilão é vilão e essa humanização para explicar o motivo da pessoa ser dominada pelo mal nem sempre é necessária porque a gente acaba se apegando ao vilão, a gente acha que ele tinha razão em se vingar, ou seja, no final, o vilão deixa de ser vilão e aí os filmes que vieram antes deixam de ter sentido. Concordam?
Bom, “Cruella” é Estella, uma menina que foi separada da mãe ainda pequena, após esta ser vítima de um assassinato. Estella então cresce nas ruas, faz amigos fiéis, e tem um dom para a moda.
Ao trabalhar em uma importante loja de roupas, ela acaba por ser notada pela estilista mais renomada da cidade, a “Baronesa”. Mas aí, Estella descobre um segredo e decide se vingar da tal estilista (interpretada pela maravilhosa Emma Thompson) e aí deixa de ser Estella para se tornar Cruella.
Cruella é irónica, perversa, avessa às regras desde criança. Mas ela tem um coração.
O filme passa depressa, tem agitação, lindas roupas, lindas locações e, como já disse, boa história. E você fica mesmo torcendo por Cruella, que justifica o frenesi pelos cães dálmatas, antes fiéis companheiros da “Baronesa”, e tornam-se escudeiros de Cruella.
Vale muito a pena assistir o filme, mas sem crianças pequenas.
E volto a dizer que se um vilão passa por humanização, ele deixa de ser um vilão. E aí, a história acaba por seguir outro rumo, que é o que acontece aqui. Esqueça tudo o que viu antes.
Deixo aqui ainda muitos aplausos para toda a parte criativa e trilha sonora! O filme é muito bom.
Mas fica a pergunta: todo mal vem de uma consequência do meio? Até que ponto somos nós os responsáveis pelas nossas ações?
Lembrem-se que Glenn Close já foi Cruella no live-action de “101 Dálmatas” nos anos 90, numa versão bem diferente desta.
*Nota: este artigo foi escrito seguindo as normas de português do Brasil.