Se o Zé Povinho saísse hoje à rua, certamente iria comprar um qualquer vinho de pacote, com um cartão de desconto, num qualquer supermercado de bairro. Resta-lhe pouco mais que beber para esquecer. Com muita tristeza, afogar as mágoas por menos de dois euros parece-me ser a uma alternativa possível, depois de assistir à sequência de notícias divulgadas na última semana. Isso, ou evitar informar-se de quaisquer notícias. No entanto, esse alheamento pode ser perigoso, não o tenho como bom. Sabemos bem que o Zé Povinho não é o mais alfabetizado da Europa e aí reside uma boa parte dos problemas, mas, caramba, há coisas que, por muito que lhe expliquem, ele não consegue entender.
Então, o nosso Gaspar anda pelos EUA a dizer que temos de desenvolver políticas macro que apoiem a actividade económica, mas tendo em conta as nossa circunstâncias e tentando minimizar o desemprego? Depois daquilo que ele fez?
Depois, não é que a caldeirada do BES ainda sobra para o contribuinte? Diz o Primeiro, que prometia tudo aquilo que implementou, mas ao contrário. Eu não percebo muito disto, mas o sentimento de injustiça, que me faz pele de galinha ao ler jornais, fala por si.
Pergunto eu ainda, durante um ano de trabalho, não conseguiram fazer melhor que uma confusão desgraçada com o concurso de professores? Despedindo os poucos coitados que tiveram colocação e depois de alguns terem pagado para atestar a sua capacidade para fazer contas básicas de merceeiro e saber interpretar um texto, para no fim continuarem desempregados?
Resumindo: quando é que estas pessoas estudam alguma coisa (podiam começar na faculdade e não me refiro às de Verão) antes de irem para o poder, atrás de um tacho e mais outro, e se coordenam entre governo e oposição para que depois das eleições não haja constantes reviravoltas e as suas políticas tenham algum sentido, no espaço e no tempo em que forem implementadas, e deixam de navegar à vista?
É que já chega de gozar com o Zé Povinho.