Já escrevia António Gedeão, em “Pedra Filosofal”, “eles não sabem, nem sonham, / que o sonho comanda a vida, / que sempre que um homem sonha / o mundo pula e avança / como bola colorida / entre as mãos de uma criança.” O mesmo se podia aplicar a Kevin Stone, que encontrou em momentos só seus de infância, o seu presente e o seu futuro – a Música. Prestes a estrear-se no showbiz, fizemos-lhe uma entrevista, em que não só nos revelou quem é e o que pretende para o seu futuro, como aquilo que é para si a música que faz e este seu EP de estreia, que trará tantas surpresas quanto a sua personalidade.
Fala-nos de ti. Quem és?
A música sempre fez parte da minha vida. Canto desde pequeno, mas nunca pensei que pudesse fazer disso vida até ter finalmente saído do meu quarto e começado a partilhar com os outros esta minha paixão. Desde pequeno que também gosto de escrever, portanto, naturalmente comecei a escrever músicas em inglês e português.
O que te trouxe à música fazes?
Um dia, nas filmagens de um documentário, surgiu a oportunidade de conhecer o meu produtor actual, Mário Lopes da Artist Lab. Demo-nos bem e na Artist Lab estavam à procura de novos músicos/cantores. Começámos a trabalhar juntos e, quando dei por mim, tinha um conjunto de músicas escritas por mim e produzidas por ele.
Quem te inspira como músico?
As minhas inspirações são muito variadas, vão desde Mickael Jackson e Madonna até 30 Seconds to Mars e Björk.
[youtube id=”OTkv6DdyIb0″ width=”620″ height=”360″]
Fala-nos do “Dirty Messy Room“. O que te levou a escrever esta música?
Na realidade, este título do EP surgiu antes de ter uma música com este nome. O EP tem 5 músicas e nenhuma delas se chama Dirty Messy Room. Escolhi este título para o EP, pois sinto que este ano e meio de descoberta musical resultou em coisas muito diferentes. Nós como seres humanos somos muito complexos e as nossas cabeças são muito confusas e têm sentimentos, por vezes, contrários. Comecei a perceber que a minha música reflectia muito isso. Letras com significados diferentes, sonoridades diferentes. Então, apercebi-me que era como se estivesse num quarto sujo e desarrumado a tentar arrumá-lo. Achei que era a melhor forma de descrever este meu primeiro projecto musical.
Como defines o teu estilo?
Quando estamos no processo de criação é muito difícil compararmo-nos a outros artistas, ou estilos. Até pode haver uma inspiração inicial que depois, no resultado final, soa completamente único e diferente. No entanto, creio que o meu estilo de música é uma fusão de Pop, Rock e Electrónica. A sonoridade Electrónica está quase sempre presente, melodicamente domina o Pop, com algum timbre Rock.
Para quando um álbum inteiro de originais?
Vamos ver como é a aceitação do EP e depois penso no álbum. O álbum é um projecto mais sério, tem de ter uma certa coerência e exige uma experiência que espero conseguir obter com o lançamento deste primeiro trabalho.
Como imaginas esse possível futuro álbum?
Será certamente auto-biográfico. É muito importante para mim estar envolvido no processo de criação de melodias e sonoridade, assim como no que é expresso pela letra das canções. Tem de ser um projecto actual. Acho que é importante adaptarmo-nos à actualidade, não descurando a autenticidade e genuinidade.
Achas que cantar em inglês é o caminho para o sucesso quer nacional, quer internacional?
Não pensei muito nisso, foi tudo um processo natural. Comecei a expressar-me melhor em inglês, também pela grande influência que temos, principalmente, da cultura musical americana e britânica. Creio que o inglês é universal e isso permite-me chegar a um público mais vasto. Há também casos de sucesso de artistas portugueses que conseguem vingar nacional e internacionalmente, como a Aurea e o Richie Campbell. Por isso, acredito que há espaço para mais artistas portugueses a cantar em inglês.
Como achas que irás lidar diariamente com a fama?
Não penso muito nisso, mas creio que iria lidar bem. A fama de alguma forma representa o reconhecimento do nosso trabalho pelo público e, por isso, deve ser algo bem recebido pelos artistas. Poderá ter algumas consequências menos positivas como a exposição da vida privada, mas tudo a seu tempo. Nessa altura irei lidar com essas questões com a maior naturalidade possível. Nunca estamos preparados para essas coisas até lidarmos com elas, mas estou disposto e aberto a vivê-las.
Com que estrelas nacionais é que gostarias de fazer duetos? E internacionais?
Há muitos artistas nacionais e internacionais que admiro e com quem gostava de trabalhar. A nível nacional posso mencionar os Clã, Ala dos Namorados, The Gift, Pedro Abrunhosa e Amor Electro. A nível internacional Madonna, Björk, Joss Stone, Sia, 30 Seconds to Mars, Prince, Adam Lambert, Justin Timberlake, entre muitos outros.
O que esperas que o futuro te reserva?
Espero que o futuro me reserve a possibilidade de continuar a fazer música, pois é aí que me sinto em ligação comigo mesmo e com os outros. É o que me faz acordar todos os dias, com um sentido e propósito! Sou ambicioso, sonhador e lutador e, por isso, vou fazer o possível para criar as minhas próprias oportunidades de futuro.