O mundo ao contrário

Os seres humanos vivem em constante interacção e, por conseguinte, não conseguem viver de forma solitária. Assim, ao longo da nossa vida, é-nos incutida uma série de comportamentos que devemos adquirir para viver em sociedade de forma civilizada. É a partir daqui que nos desenvolvemos e formamos a nossa própria personalidade, aprendendo simultaneamente a viver com outras pessoas, sem as quais não conseguiríamos realizar projectos e sonhos.

Ora, é na família que este processo de socialização se inicia. Segue-se a escola que, mais tarde, vai ser útil na formação do indivíduo como pessoa. Contudo, é desde o nascimento que as pessoas passam a fazer parte da nossa vida, é com as pessoas que interagimos. E podemos relacionar-nos de muitas formas, quer seja através da amizade, quer seja através do estudo, das associações que integramos, do sítio onde vivemos, ou das actividades profissionais que exercemos.

Todas estas interacções referidas entre as pessoas formam a sociedade, que designa o convívio e a actividade conjunta do Homem, organizada de forma consciente, ou inconsciente. Todavia, é impossível viver em sociedade sem um conjunto de normas e regras, que podem ou não estar escritas. Assim, este agrupamento de princípios compõe a cultura de uma sociedade. Para além disto, há outros elementos fundamentais, como as crenças, as artes, a música, as formas de conexão com a natureza, a gastronomia, as maneiras de transmitir conhecimento.

Por vivermos num planeta que agrega cerca de 7 mil milhões de habitantes, valor que continua a crescer sem precedentes, existem sociedades e culturas muito distintas. Desta forma, as características de dada população, ou sociedade dependem precisamente do espaço geográfico em que se encontram e das características desse mesmo espaço.

Com efeito, é essa diferença que desenvolve, recorrentemente, conflitos a nível das relações sociais, conflitos esses que são cada vez mais universais. Os motivos são numerosos, mas saliento o fanatismo religioso e a conquista de novos espaços e terras. Estes conflitos podem ocorrer entre grupos sociais, ou entre sociedades de países diferentes, porque são, acima de tudo, resultantes do desrespeito pela diferença, da intolerância, do facto de os seres humanos, se quererem sobrepor uns aos outros e explorar novos caminhos e novos locais, sem olhar a meios para atingir os fins. De facto, esta é e sempre foi uma constante na história da Humanidade.

No mundo em que vivemos, encontramos modos de vida, costumes e tradições completamente desiguais. Nós, os países desenvolvidos, vivemos uma actualidade tecnológica, com produtos industrializados, com actividades dependentes da energia eléctrica, uma actualidade das sociedades urbanas e industriais. Todavia, há muitas sociedades que não sofreram qualquer evolução e continuam a depender do que a terra lhes dá. Temos, como exemplo, o povo Massai, no sul do Quénia, que ainda se dedica à criação de gado e que vive em aldeias compostas por cabanas. Isto é, que conserva ainda os meios tradicionais de subsistência.

Voltando às desigualdades dentro de uma mesma sociedade, ou de um mesmo país, é de mencionar as condições socioeconómicas, que causam muita discussão e contestação na população. Há, inclusive, quem não respeite as normas impostas e prefira fazer as coisas de forma ilegal, corrupta e, como ouvimos recorrentemente na televisão, na Internet, na rádio, de forma a matar os outros seres humanos tendo em vista o poder.

Dentro das sociedades, temos ainda quem pratica o mal porque quer ou porque pensa de forma diferente. Tal não acontece tanto no nosso país, ainda que exista e de forma muito sinistra. Noutros países, como os Estados Unidos da América, as tragédias sociais são diariamente notícia.

Olhando para o mundo que nos rodeia, percebemos que as pessoas têm personalidades completamente díspares, sem qualquer tipo de princípios ou valores, o que gera violência, conflitos armados, ódio e morte.

Esta não é uma visão exagerada da realidade, é uma pequena descrição do mundo em que vivemos, de um mundo que precisa cada vez mais de acções de solidariedade, de forma a ultrapassar o egoísmo e a procurar a integração, o entendimento entre todos. Na verdade, cada um deve ter consciência dos seus limites, respeitando a sua individualidade e a do outro também. A necessidade da união é também uma questão de sobrevivência.

Fontes: Democratizando o Saber e Mais Equilíbrio

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