A vida de cada um de nós é feita de tomadas de decisão. É normal que assim o seja ou não fosse o Ser Humano um “animal” social com capacidade de pensar por si mesmo. Para cada situação do nosso dia-a-dia, por mais pequena e insignificante que seja, implica sempre uma tomada de decisão. Um fazer ou não fazer. Um dizer ou não dizer. Com as naturais consequências que daí advêm.
Claro que pelo meio existem – e existirão sempre – actos irreflectidos e muitos outros que, embora tendo por base uma forte emoção e/ou sentimento, exigem uma grande reflexão da nossa parte por receio da influência positiva e/ou negativa que a manifestação deste sentimento possa ter naquela pessoa que estimamos ou, inclusive, que amamos. É neste campo que entra o Amor. Um sentimento tremendo que, quando guardamos à força dentro de nós durante anos por força de uma vivência atribulada, este acaba, mais tarde ou mais cedo do que pensamos, por nos desgastar a Alma.
O problema é quando sentimos que ao expormos o que sentimos por uma certa pessoa esta, e as que a rodeiam, achem que se trata de uma obsessão. É profundamente errado pensar e agir-se como tal. Amor não é obsessão. Amar incondicionalmente alguém não pode, nem deve, nunca ser equiparado a algo de tão maligno e obscuro como a obsessão. O acto de se declarar o nosso Amor a uma pessoa ou, tão-simplesmente, oferecer uma recordação nossa para que esta se lembre do nosso carinho e admiração por ela em nada tem a ver com obsessão. É, isto sim, a manifestação de algo sem o qual a Humanidade não teria sentido.
Contudo, pessoas há que, pela sua complicada vivência, tem um dificuldade extrema em fazer algo de tão especial e único como dizer “amo-te”. Estas, consumidas pela timidez e complexo, não estão em paz porque são seres de tal forma sensíveis que tem receio de expor o que sentem pois acham que se o fizerem tal irá afastar quem amam. Quando tais seres se enchem de coragem para declarar o seu Amor por outrem – mesmo quando este não seja correspondido – é natural que algo de muito especial se mantenha. Estas pessoas acabaram de travar uma tremenda batalha consigo próprias e viram que do outro lado pode não estar a Alma Gémea mas sim aquele ser especial que os vai apoiar até ao fim das suas Vidas. Memso que um dia possam estar longe delas. Dizer-se que tudo isto é uma obsessão é, permitam-me, um Crime contra a Humanidade. È condenar estas pessoas de vivência difícil a uma Vida de sofrimento fechadas em si mesmo, consumidas pelos seus complexos e mágoas.
Por tudo isto e mais alguma coisa, o Amor está longe – muito longe – de ser uma obsessão. Dizer-se que se ama alguém não é uma decisão fácil de se tomar. Quem toma tal decisão não deve ser punida como se tal se trate de um obsessão.