A Europa estava devastada. Os regressados da guerra pareciam não ter um futuro à vista. A prosperidade parecia ter desaparecido. Os dias sucediam-se cinzentos, espartilhados pelo utilitarismo. Foi neste contexto que Adolf Dassler começou a manufaturar calçado desportivo quando regressou a casa da primeira Guerra Mundial. Em 1927, o seu irmão Rudolf juntou-se ao negócio Gebrüder Dassler Schuhfabrik, que prosperou contra todas as probabilidades.
As primeiras vitórias por parte de atletas representados pela marca depressa correram mundo. Em 1928, Lina Radke ganhou uma medalha de ouro na primeira prova de 800 metros femininos nos Jogos Olímpicos de Amesterdão com as sapatilhas da marca calçadas.
Em 1936, Adolf (ou Adi, como era conhecido) contactou o atleta Jesse Owens e convenceu o velocista a usar as sapatilhas feitas pelos dois irmãos. As quatro medalhas de ouro atribuídas a Owens nesses Jogos Olímpicos contribuíram para um maior prestígio da marca que patrocinava o atleta, o primeiro afro-americano contactado para este tipo de patrocínios. O negócio cresceu, o que apenas contribuiu para acentuar as divergências internas.
Em 1947, Adolf e Rudolf separaram-se. Rudolf viria a criar a Ruda, mais tarde Puma, e Adolf patenteou a marca Adidas (iniciais de Adi Dassler) em 1949, na cidade de Herzogenaurach.
Desporto e moda
Stella McCartney, Madonna e Kanye West vieram trazer novas dimensões à Adidas, que passou por períodos de transição marcados pela escassez financeira e por processos legais prolongados após a morte de Dassler em 1978.
Para além da faceta desportiva, o facto de aliar nomes da alta competição aos nomes do mundo da música e da moda estabelece um diferencial relativamente a outras marcas.
Qualidades
A resiliência, essa qualidade que se impregnou na marca nascida de um período de grande turbulência no panorama mundial, faz toda a diferença para aqueles que decidem confiar nesse saber. Messi, Beckham, Káká, Kroos são alguns nomes que apostam forte na marca de Adi.
A Adidas não diz respeito apenas ao desempenho desportivo, mas também à forma através da qual se vive o corpo. Assim, a estratégia da marca concentra-se em locais que estabelecem as tendências de moda e no foco em promover e distribuir qualidade, em vez de dispersão. Neste mundo em transformação, manter a coerência em relação aos padrões de qualidade pode tornar-se uma condição necessária para permanecer a longo prazo no pódio das marcas desportivas. Afinal, “impossible is nothing”.