O mundo está em constante alteração e o que era a realidade na época dos nossos pais ou avós é bem diferente do que é hoje. Todas as gerações têm desafios e têm de se adaptar às circunstâncias por forma a (sobre)viver.
Há palavras que estão na ordem do dia nestes tempos modernos. Crise (económica e de valores), diferenças sociais, competitividade, refugiados e (des)igualdade de género são alguns desses exemplos. Vivemos tempos de convulsão, no entanto, a ideia de crise, que teve o seu expoente máximo no início desta década, não é algo novo. Tanto em termos económicos como sociais, têm existido sempre momentos de mudança. Se quisermos fazer um exercício de optimismo, podemos tentar encarar estas situações como uma possibilidade de renovação, apesar das dificuldades que todos tão bem conhecemos.
Por outro lado, nunca como agora se teve tanta consciência da necessidade de encarar o que acontece à nossa volta e deixar de assobiar para o lado. Veja-se o crescimento de movimentos como o #metoo ou as preocupações ecológicas, por exemplo, na diminuição do uso de plástico.
O que podem as gerações mais novas e que ficarão pelo nosso planeta mais anos, fazer em termos de adaptação e de consciencialização? Poderá esta ser a oportunidade para um movimento de renovação da humanidade?
Que valores precisamos todos nós de trazer ao de cima para que o futuro ainda seja possível? Os nossos valores são o que determinam as escolhas que fazemos e os objectivos pelos quais vivemos. São a base da coesão social, seja numa família ou num sentido mais lato. As gerações mais novas são acusadas de serem mais virtuais que reais, passando demasiado tempo ligadas à esfera tecnológica em detrimento da comunicação e contacto humanos. Por outro lado, são um grupo de pessoas cujas habilidades e vivências trazem já um novo olhar sobre as relações sociais.
Será a tal “modernidade líquida” um mecanismo de sobrevivência perante as adversidades? Ser estável na instabilidade, não fazendo planos a longo prazo e parecendo que nada foi feito para durar. Acreditamos que as novas gerações têm toda a capacidade de destruir os preconceitos existentes e que querendo, poderão actuar a nível global, ainda que, na maior parte das vezes, se mantenham atrás de um ecrã.
Que tarefa árdua esta que deixamos aos nossos filhos, em que será preciso colocar o individualismo de lado para continuar a viver, porque não será possível continuar a conceber a humanidade se não for como um todo. E um todo com um propósito comum.
E porque deste lado somos crentes no ser humano, depositamos a nossa esperança na aprendizagem que as gerações mais novas têm feito para que os ventos de mudança renovem o que é preciso e se encarreguem de voltar a colocar-nos no trilho certo.