Ontem correste depressa demais para conseguir o melhor perfil de ti.
A única vez que paraste, junto aos semáforos daquele jardim, denunciavas um registo fora do teu Enso.
Hoje, ao parares no mesmo lugar daquele tempo, olhaste-te novamente.
O reflexo daquele embaciado retrovisor, exteriorizou mais de um segundo pesado do teu tempo.
Expiraste e surgiu um enevoado silêncio vindo daquele momento.
A reentrante e cansada forma de olhar sobre aquele jardim, acusava mais um registo fora do teu círculo.
Amanhã?
Amanhã, pintarás outra volta. E sem dares por isso, mil e um novos momentos circulares surgirão.
Registarás os pontos do semáforo em movimento, que te obrigarão a parar ou a avançar. Questionarás se os poderás respirar.
Mas…
De que valerá isso, se deixares para trás o verdadeiro espaço do sentido no teu sorriso?